A Tok&Stok pode estar próxima de fechar um acordo que pode ajudar a encerrar sua crise financeira, de acordo com informações apuradas pelo Valor Econômico. A varejista deve estender a sua dívida com credores nas próximas semanas e receber uma injeção de capital de R$ 100 milhões do fundo de private equity Carlyle.
O fundo, que foi absorvido pela gestora SPX, detém atualmente 60% da Tok&Stok, posição que pode aumentar se a nova capitalização diluir os outros acionistas. Entre eles, está a família Dubrule, fundadora da rede varejista especializada em móveis e artigos de decoração.
Em fevereiro, a Tok&Stok contratou a Alvarez & Marsal para ajudá-la a renegociar suas dívidas, e o escritório de advocacia Felsberg, especializado em reestruturação, também está envolvido no caso. Ao todo, a empresa deve aproximadamente de R$ 600 milhões aos bancos credores.
Prazo pode ser estendido
Ainda segundo o Valor, uma fonte ligada a um dos credores informou que é provável que os bancos concedam o prazo de extensão e realizem algum aporte para ajudar a sanar a empresa. A Tok&Stok tem ajustado sua operação nos últimos meses, fechando lojas deficitárias, por exemplo.
No início do ano, a empresa manteve conversas com a Mobly (MBLY3), uma empresa do mesmo segmento, mas as negociações não avançaram. Em 2020, a Tok&Stok apresentou um pedido para sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), visando utilizar o dinheiro para expansão, transformação digital e melhoria de sua estrutura de capital.
No entanto, a oferta, assim como várias outras em 2021, não se concretizou. A Mobly, que atua no mesmo setor, mas com uma operação mais digital, obteve sucesso no IPO, mas tem enfrentado forte queda em suas ações na bolsa.
Tok&Stok contratou ex-CEO da Etna para comandar empresa durante crise e fechamento de lojas
Roberto Szachnowicz, ex-presidente da Etna, é o novo CEO da Tok&Stok. Segundo informações divulgadas em 20 de abril, o executivo que comandou a antiga varejista de móveis até o encerramento das suas operações já foi apresentado aos funcionários e terá a missão de liderar a reestruturação operacional e financeira do negócio em crise.
De acordo com a Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de São Paulo, Szachnowicz assumirá a cadeira que havia sido ocupada até a semana passada por Ghislaine Dubrule, sócia-fundadora da Tok&Stok, após mudanças no alto escalão da empresa.
Procurada pelo Suno Notícias, a varejista disse que não comenta o assunto. Com uma dívida superior a R$ 400 milhões, as lojas da Tok&Stok estão sendo fechadas em algumas cidades do País, como em Fortaleza e Recife.