Tok&Stok abre o jogo sobre crise financeira e só vê duas saídas para resolver pedido de falência, diz jornal
Em meio a uma crise financeira, a Tok&Stok abriu o jogo sobre a sua situação. De acordo com informações publicadas nesta quarta (31) pelo jornal Valor Econômico, após uma credora pedir a falência da varejista de moda, a companhia só enxerga duas saídas para resolver esse conflito: fechar um novo acordo ou decidir o caso em procedimento arbitral. Esses detalhes fazem parte de um documento enviado à Justiça que contesta o pedido de falência feito por um dos credores. A ação corre no 3ª Tribunal de Falências e Recuperações Judiciais.
A reportagem do Valor teve acesso a esse documento. Nas últimas semanas, a Domus Aurea Serviços de Tecnologia pediu a falência da Tok&Stok – essa empresa era o principal fornecedor de tecnologia da varejista até o ano passado. Segundo o Valor, na última quinta (25), a varejista fez o depósito em juízo dessa dívida em aberto na cifra de R$ 4,2 milhões – R$ 3,8 milhões do débito somado aos juros e honorários.
No documento, os advogados da Tok&Stok dizem que a empresa sentiu complicações na execução dos projetos tecnológicos, o que levou a uma paralisação temporária das operações logística. A movimentação culminou em perdas de R$ 100 milhões no faturamento.
Além disso, com a pandemia da Covid-19 e a elevação dos juros no País, o custo do endividamento da empresa disparou de R$ 8 milhões em 2019 para R$ 361 milhões em 2021.
Crise na Tok&Stok
Segundo as fontes do Valor, as negociações da Tok&Stok com os bancos não avançaram nas últimas duas semanas. Além disso, um banco está mais resistente a aceitar as condições de reestruturação.
Dessa forma, sem o apoio da maioria dos credores em valor nominal, uma renegociação longe da Justiça fica mais difícil de sair do papel. “Há a renegociação das dívidas, um eventual M&A e um aporte de R$ 100 milhões do Carlyle, mas sabemos que o M&A é bem difícil agora, então já não consideramos muito esse caminho”, detalhou um dos credores.
Entre as alternativas no radar, a Tok&Stok considera um aporte dos sócios controladores junto ao alongamento dos prazos de pagamento das dívidas. Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) são algumas das instituições credoras da varejista.