A XP Investimentos atualizou as suas recomendações para TIM (TIMS3) e Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, passando de neutra para compra. Segundo os analistas, as duas empresas registraram bons resultados nos últimos trimestres.
“Em nossa análise, o desempenho sólido da TIM e da Vivo reportados nos últimos trimestres, valida a tese de investimento que temos defendido no setor. Muitos dos desafios históricos que afastaram os investidores da indústria de telecomunicações agora foram superados, principalmente com a consolidação do mercado”, diz a XP.
De acordo com a equipe da XP, existem “ventos favoráveis” no setor de telecom como a consolidação do mercado e melhora das redes de infraestrutura. “Essas iniciativas ainda estão em seus estágios iniciais e progredindo lentamente, mas mostram potencial para a implementação de redes 5G.”
Associado a isso, a XP aponta as participações adicionais provenientes da Oi (OIBR3) que aumentaram o retorno sobre o capital investido e eficiência.
TIM: XP coloca empresa no “top pick” do setor
A XP classifica a TIM como top pick do setor de telecomunicações. Com isso, analistas da casa recomendam a compra das ações da TIM, com preço-alvo de R$ 21 — o que representa um potencial de 43% de valorização.
Para embasar a recomendação, a XP destaca que a TIM tem uma história de capital próprio atraente, combinado por pagamento de dividendos elevados (dividend yiel em 6,6% para 2023). Além disso, há uma perspectiva de redução da dívida.
“Atualmente, a ação está sendo negociada a uma avaliação atrativa de cerca de 12,3 vezes o lucro por ação (P/E) estimado para 2024”, apontam analistas da XP.
A XP espera um crescimento de 11,9% no Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) na base anual de comparação, com um CAGR de 7,6% de 2022 até 2025.
Em relação a dividendos, analistas projetam R$ 2,3 bilhões em 2023. “Esperamos um crescimento contínuo no dividend yield, atingindo aproximadamente 8,0% até 2025.
TIM: lucro salta mais que o dobro no 2T23
A TIM (TIMS3) apurou lucro líquido normalizado de R$ 638 milhões no segundo trimestre de 2023, alta de 104% em relação ao mesmo período de 2022. O salto foi resultado do aumento da receita tanto na internet móvel quanto fixa, e ajudado também por um crédito fiscal.
O Ebitda da TIM normalizado atingiu R$ 2,914 bilhões, avanço de 17,2% na mesma base de comparação. A margem Ebitda cresceu 3,4 pontos porcentuais, chegando a 49,7%.
A receita líquida da TIM foi a R$ 5,863 bilhões, expansão de 9,2%.
A receita com serviços móveis da TIM puxou para cima o faturamento total, com alta de 9,7%, para R$ 5,372 bilhões, influenciada por aumento nos preços dos planos e ganho de clientes. No pré-pago, a receita aumentou 11,8%, e no pós-pago teve alta de 10,5%. A receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês) móvel cresceu 13%.
Já a receita com serviços fixos da TIM subiu 6,5%, para R$ 323 milhões, com aumento da base de clientes de banda larga.
Telefônica Brasil: após 2T23, XP recomenda compra
Em relação à Telefônica Brasil, a XP também recomenda compra das ações, com preço-alvo de R$ 54 — o que representa uma valorização de 29%.
A XP destaca que a companhia se consolidou no setor de telefonia móvel, permitindo aumentos de preços acima da inflação. Ainda é citado o crescimento do negócio de FTHH (fibra óptica).
“A Vivo conseguiu manter sua liderança na telefonia móvel, tendo uma grande predominância tanto em pós-pago (com uma participação de mercado de 41,9%) quanto em pré-pago (com uma participação de mercado de 35,2%)”, explica a XP.
Segundo analistas, a companhia também tem uma avaliação atrativa, com negociações a 13,3 vezes o lucro por ação (P/E) e 3,6 vezes o Ebitda para 2024.
Telefônica teve lucro bilionário no 2T23
A Telefônica (VIVT3) divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23). A empresa proprietária da Vivo teve um lucro líquido de R$ 1,121 bilhão nesse período.
O lucro da Telefônica no 2T23 foi 50,3% maior que o divulgado no mesmo período do ano passado. Esse número também superou em 22,5% a estimativa do mercado financeiro do consenso Refinitiv, que era de R$ 915 milhões.
A empresa atribui esse lucro ao forte avanço do Ebit (lucro antes de juros e impostos) da empresa no segundo trimestre deste ano, 26,8% superior ao registrado no 2T22. Além disso, também impactou positivamente o resultado da Telefônica a redução das despesas financeiras.
Já o Ebtida da Telefônica no 2T23 foi de R$ 5,085 bilhões no segundo trimestre de 2023, com alta de 11,1% em relação ao período análogo em 2022. Nesse ponto, a projeção do Refinitiv era de R$ 4,97 bilhões.
A margem Ebitda da Telefônica alcançou a marca de 39,9%, o que corresponde a um crescimento anual de 1,2 ponto percentual. Enquanto isso, foram R$ 12,733 bilhões em receitas líquidas somadas no 2T23, com avanço de 7,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
A receita de serviço móvel da Telefônica cresceu 10,4%, principalmente em razão da receita de pós-pago, com o crescimento da quantidade de clientes, nível de cancelamento na mínima histórica e pelos reajustes de valor realizados anualmente.
A receita oriunda de pré-pago teve uma baixa de 1,6% no 2T23, quando comparada ao segundo trimestre de 2022.
Cotação
Nesta tarde de sexta-feira, as ações da TIM (TIMS3) registram alta de 0,70%, cotadas a R$ 14,48, enquanto a Telefônica Brasil (VIVT3) sobe 0,41%, a R$ 41,90.
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