TIM (TIMS3): lucro cai 54,9% no 3T22, para R$ 448 milhões
A operadora TIM (TIMS3) registrou um lucro líquido de R$ 448 milhões no terceiro trimestre de 2022, baixa de 54,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, conforme observado nos resultados do 3T22 divulgados pela empresa nesta segunda-feira (7).
A operadora teve uma ampliação forte do seu faturamento após a incorporação de clientes oriundos da rede móvel da Oi (OIBR3), cuja aquisição foi concluída no primeiro semestre; além da melhora da base já existente.
Entretanto, o aumento das despesas financeiras e o impacto contábil da linha de depreciação de ativos freram a expansão do resultado líquido.
O critério ‘normalizado’ exclui itens considerados não recorrentes, como ajuste de preço da venda de controle sobre a I-Systems, despesas com serviços jurídicos e administrativos especializado, entre outros.
Considerando a compra de ativos da Oi Móvel, o lucro da TIM foi de R$ 473 milhões, representando uma leve queda de 0,1%.
Já a receita líquida da TIM foi de R$ 5,6 bilhões no 3T22, com alta de 24,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) líquido ficou negativo em R$ 402 milhões, uma piora de 90,4%.
A operadora explicou que essa piora no resultado financeiro se deve a um conjunto de fatores, entre eles:
- o maior volume de juros sobre a dívida como reflexo da alta da Selic;
- maior volume de juros sobre arrendamentos em função dos contratos de aluguel dos 7,2 mil sites recebidos da Oi Móvel;
- menor impacto da marcação a mercado do bônus de subscrição do capital do banco C6.
Grande parte da receita da TIM vem do serviço móvel, que totalizou R$ 5,15 bilhões, correspondente a um avanço de 26% na comparação anual.
No serviço fixo, as receitas da TIM totalizaram R$ 311 milhões no 3T22, apresentando alta de 8,4% em relação ao terceiro trimestre de 2021.
Já a plataforma de clientes da TIM gerou uma receita de R$ 50 milhões no terceiro trimestre deste ano, representando um crescimento de 32% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A linha de depreciação e amortização ficou negativa em R$ 1,880 bilhão, deterioração de 33,9%. Esta linha foi impactada, principalmente, pela incorporação dos ativos da Oi, entre eles antenas (sites).
Por outro lado, a companhia registrou um ganho de R$ 75 milhões na linha de imposto de renda (ante uma despesa de R$ 78 milhões um ano antes) graças ao uso de créditos fiscais e efeitos da distribuição de juros sobre o capital próprio.
Os custos normalizados da operação da TIM aumentaram 25,%, totalizando R$ 2,714 bilhões. A companhia afirmou que ainda sente os efeitos da inflação, bem como os custos adicionais relativos a transação de compra da Oi Móvel.
O fluxo de caixa operacional livre da TIM foi de R$ 2,426 bilhões, melhora de 36,1% na mesma base de comparação anual.
Os investimentos (capex) da tele somaram R$ 978 milhões, alta de 9%. A maior parte dos aportes foram nas redes, seguidos por TI e outros. O aumento nos desembolsos já eram esperados pela operadora devido aos custos de integração dos ativos móveis da Oi, bem como os da implementação do 5G.
A TIM chegou ao fim do terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 14,516 bilhões, o que representa uma baixa de 8,6% perante o segundo trimestre. Nesse período, a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e o Ebitda normalizado) passou de 0,5x para 0,3x.
Ebitda da TIM sobe 23% no 3T22
Enquanto isso, o Ebitda da TIM, que representa o lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, alcançou a marca dos R$ 2,65 bilhões no 3T22, alta de 23% na comparação com o mesmo trimestre de 2021.
A margem Ebitda da TIM foi de 47,4% ao final de setembro, com queda de 0,5 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2021. O Ebitda normalizado da operadora registrou R$ 2,69 bilhões, expansão de 24,5%, sendo que a margem é de 48,1%, sendo quase o mesmo percentual do 3T21, de 48%.
A soma dos custos e despesas operacionais da TIM foi de R$ 2,95 bilhões, aumentando 25,5% frente ao terceiro trimestre de 2021. Já os custos e despesas normalizadas foram de R$ 2,9 bilhões, com alta de 24,3% na comparação anual.
Esses números foram impactados pelos efeitos inflacionários sobre salários, bonificações e incentivos, mas esse impacto aconteceu em menor medida, já que em 2021 os níveis inflacionários já se encontravam em patamares elevados.
Já a linha de comercialização e publicidade foi uma das mais afetadas pela compra dos ativos móveis da Oi, crescendo 29,5% em relação ao terceiro trimestre de 2021, conforme destacado nos resultados da TIM no 3T22.
Segundo a TIM, essa performance reflete “o aumento dos gastos relacionados à administração da base de clientes (faturamento, cobrança e atendimento) e de despesas com Fistel, ambos decorrentes da migração de clientes da Oi”.
Além disso, o desempenho foi impactado pelos custos do TSA com a Oi, no valor de R$ 72 milhões. Nos nove primeiros meses de 2022, o aumento dessa linha foi de 22,1% na comparação anual.
Com 68,8 milhões de clientes ao final do 3T22, esse montante representa uma alta anual de 33,3%. A quantidade de clientes do segmento pré-pago alcançou 39,13 milhões no terceiro trimestre de 2022, com alta de 34%, e a base de clientes pós-pago variou +32,6% nesse mesmo período, chegando a 29,65 milhões.
O balanço da TIM no 3T22 destaca que “esse trimestre foi especialmente marcado pelo lançamento do 5G em todas as capitais do Brasil, com a TIM assumindo a liderança de cobertura em mercados chaves, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba”.
Cotação da TIM nesta segunda (7)
As ações da TIM, com ticker TIMS3, encerraram a sessão desta segunda-feira (7) estáveis, a R$ 13,57.
(Com informações do Estadão Conteúdo)