TIM (TIMS3) lucra R$ 900 mi no 4T23, alta de 52,6%; expectativa é de investir até R$ 4,6 bi por ano até 2026
A TIM (TIMS3) reportou lucro líquido normalizado de R$ 900 milhões no último trimestre de 2023, uma alta de 52,6% ante o mesmo intervalo do ano anterior. No consolidado de 2023, o lucro subiu 50,4% ante 2022, para R$ 2,69 bilhões, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira (6).
O resultado da TIM no trimestre confirma a fase positiva da operadora, que vem ampliando a sua receita continuamente nos segmentos de telefonia e internet móvel e fixa, com diluição de custos e melhora da margem.
Além disso, o balanço da TIM teve ganhos de ordem contábil na linha de depreciação e amortização, bem como redução da linha de imposto de renda graças ao uso de benefícios fiscais.
No período, a receita líquida da TIM totalizou R$ 6,27 bilhões, um crescimento de 6,8% na comparação com o quarto trimestre do ano anterior. Em 2023, a linha teve alta de 10,6% na base anual, a R$ 23,87 milhões.
Por segmento de atuação, a receita líquida de serviços da TIM no 4T23 cresceu 7,2% na comparação anual e somou R$ 6,03 bilhões. Do total, R$ 5,70 bilhões referem-se ao serviço móvel, uma alta de 7,6% ante igual período de 2022, enquanto a receita com fixo aumentou 1,6% na mesma base de comparação, para R$ 329 milhões.
O Ebitda da TIM (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado avançou 7,5% no trimestre na base anual, a R$ 3,15 bilhões. No ano passado, o lucro operacional cresceu 14,2% na comparação com 2022, a R$ 11,68 bilhões.
A margem Ebitda normalizada da TIM no 4º quarto trimestre de 2023 atingiu 50,2%, uma elevação de 0,3 ponto percentual (pp) na comparação anual. Em 2023, a linha subiu 1,5 pp ante o ano anterior, a 48,9%.
O ARPU (receita média mensal por usuário) móvel foi de R$ 31,1 ao final do trimestre na comparação anual, uma alta de 15,8% na comparação anual, registrando o maior valor da história recente, de acordo com a TIM. No ano passado, a ARPU foi de R$ 29,6, uma alta de 13% ante 2022.
Ao final do quarto trimestre, a base de clientes móveis da TIM somava 61,24 milhões de clientes, uma queda de 2% em relação ao mesmo período ao ano anterior. Na fibra, a operadora de telefonia tinha 802 mil clientes, uma alta de 12,1% na comparação anual.
Estratégia operacional
A TIM manteve a estratégia de incentivar a migração de clientes para planos de maior valor agregado (e valor mais alto), bem como aplicar reajustes nos valores dos planos – iniciativa que foi facilitada para TIM, Vivo (VIVIT3) e Claro após a compra e fatiamento da Oi Móvel, reduzindo a competição no setor.
Nos planos pré-pagos da TIM, a receita aumentou 4,1%, enquanto a receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês) cresceu 14,5%. Nos planos pós-pagos, a receita cresceu 7,4%, e o Arpu evoluiu 12,5%. Em sua apresentação de resultados, a TIM destacou que atingiu o maior Arpu médio do setor móvel, no valor de R$ 31, alta de 15,8% na comparação anual.
No segmento móvel, a receita da banda larga TIM UltraFibra cresceu 9,5%, graças ao aumento da base de usuários. Já o Arpu caiu 0,2%.
Mais indicadores do balanço
Um indicador que ajudou o balanço da TIM foi a linha de depreciação e amortização. Ela ficou negativa em R$ 1,750 bilhão, resultado 5,8% menor na comparação anual. A melhora foi decorrente do desligamento de torres que a operadora fez após a absorção de ativos da Oi Móvel.
Outro ponto positivo foi a linha de imposto de renda, que teve um enxugamento de 76%, indo a R$ 26 milhões. A melhora se deve ao aumento na distribuição de juros sobre capital próprio e ao aproveitamento de benefícios fiscais.
Na contramão, o resultado financeiro da TIM (saldo entre receitas e despesas financeiras) normalizado gerou uma despesa que foi 28,6% maior na comparação anual, no valor de R$ 450 milhões. Um dos efeitos aí foi a atualização monetária de juros atrelados ao leilão do 5G, entre outros pontos.
Os custos operacionais normalizados aumentaram 6,2%, para R$ 3,125 bilhões. Apesar desse incremento, a TIM destacou que os custos subiram em um ritmo menor que o da receita líquida, abrindo espaço para ganho de margem.
A companhia reduziu em 6,1% seus investimentos, para R$ 1,292 bilhão, devido à menor alocação de recursos na infraestrutura de redes. O montante foi equivalente a 20,6% da receita líquida.
O fluxo livre de caixa saltou 128%, totalizando R$ 2,716 bilhões. Esta linha contou com a baixa do depósito judicial de R$ 317 milhões relacionada ao fim da disputa que pedia ajuste de preço pela aquisição da Oi Móvel.
A TIM terminou 2023 com dívida líquida de R$ 11,642 bilhões e alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda anualizado normalizado) de 1 vez.
TIM: projeções para triênio 2024-2026
Após superar as metas estabelecidas para 2023, a TIM divulgou metas para o período de 2024 a 2026. A empresa prevê investimentos de R$ 4,4 bilhões a R$ 4,6 bilhões por ano até 2026.
Para a receita, a expectativa da operadora é de crescer entre 5% e 7% em este ano, enquanto o crescimento acumulado do triênio deve ficar entre 5% e 6%. No caso do Ebitda, a projeção é de aumento de 7% a 9% em 2024 e, no acumulado do período, a expectativa é crescer entre 6% e 8%.
No documento, a TIM afirmou que vai divulgar a remuneração aos acionistas no dia 7 de março.
A tele prevê fluxo de caixa operacional aumentando ao ritmo de dois dígitos tanto em 2024 quanto no acumulado do triênio.
A TIM afirmou que a telefonia móvel, sua principal linha de negócios, tende a passar por melhorias contínuas e sustentáveis, impulsionada por uma combinação de fatores. Entra aí a nova dinâmica de mercado, considera mais racional – após o fatiamento da Oi Móvel entre TIM, Claro e Vivo (VIVT3 – e com os clientes focados em valor e qualidade. Também existe uma visão de que o serviço móvel é essencial, com potencial incremento aumento na demanda por dados e acessibilidade de preços.
“Esse cenário projeta um crescimento sustentável da receita de serviços da TIM acima da inflação e uma expansão do Ebitda com evolução positiva da margem. Esta dinâmica combinada a uma manutenção do patamar de investimentos, que se beneficiam da eficiência de novas tecnologias, deve promover uma melhora do indicador de fluxo de caixa operacional”, descreveu a companhia, no seu comunicado.
A TIM destacou ainda que superou as metas estabelecidas para 2023, tendo o melhor desempenho da história recente.
A receita de serviços cresceu 10,7% em 2023 ante 2022, enquanto a previsão era de expansão de um dígito alto (o equivalente a cerca de 9%). O crescimento do Ebitda foi de 14,2%, enquanto a previsão era de dois dígitos baixos (algo perto de 11%).
Os investimentos da TIM foram equivalentes a 18,9% da receita líquida, portanto, dentro da meta de ficar abaixo de 20%. Além disso, o fluxo de caixa operacional aumentou em 58% na comparação anual. Por fim, os proventos anunciados aos acionistas em 2023 chegaram a R$ 2,91 bilhões.
Com Estadão Conteúdo