TikTok será proibido nos EUA, anuncia Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite da última sexta-feira (31) que a rede social de propriedade chinesa TikTok será proibida em território norte-americano. A decisão de banir o aplicativo foi tomada após as autoridades americanas indicarem a possibilidade da plataforma ser usada pela inteligência chinesa como ferramente da espionagem.
“Em relação ao TikTok, vamos proibi-lo nos Estados Unidos”, declarou Trump falando com jornalistas durante uma viagem a bordo do avião presidencial Air Force One.
O mandatário dos Estados Unidos vinha sinalizando a intenção de proibir o TikTok há semanas. O aplicativo de vídeos é muito popular entre os jovens do mundo inteiro, superando o bilhão de usuários e mais de dois bilhões de downloads. Entretanto, o programa pertence à ByteDance, uma empresa chinesa, e é acusado de não garantir a proteção dos dados armazenados.
O governo dos EUA não é a primeira entidade que decidiu proibir o aplicativo. No começo de julho a Amazon pediu a seus funcionários que deletassem a rede social de mini-videos citando “riscos à segurança”.
No e-mail enviado aos funcionários, a empresa informou da necessidade de excluir o aplicativo de qualquer dispositivo que “acesse o email da Amazon”. Caso eles não deletem o app, não terão mais acesso a caixa eletrônica da varejista.
O aplicativo conhecido por seus vídeos cativantes de dança e dublagem aumentou em popularidade este ano em meio à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Cerca de 315 milhões de usuários baixaram o TikTok no primeiro trimestre do ano, o maior número de downloads para um aplicativo em um único trimestre na história, de acordo com a empresa de pesquisa Sensor Tower, elevando seu total de usuários para mais de 2,2 bilhões ao redor do mundo.
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Além das preocupações de que o TikTok pudesse coletar dados sobre os americanos, as autoridades de Washington estão preocupadas com o fato do aplicativo ser usado para espalhar propaganda chinesa e com a possibilidade dos controladores da plataforma estarem censurando certos tipos de conteúdo para apaziguar Pequim.
Possível venda do TikTok
Na última sexta-feira Trump também determinou a venda do TikTok, e a Microsoft teria demostrado interesse em adquirir a rede social.
Uma venda para a Microsoft, provavelmente por dezenas de bilhões de dólares, seria uma vitória para o TikTok e para o Bytedance, já que os executivos temiam que o governo dos EUA forçasse as lojas de aplicativos a a retirarem o app.
Mas a empresa de Bill Gates não é a única interessada em adquirir o app. Um grupo de investidores em tecnologia estadunidense anunciou na última quarta-feira (22) um plano ao Tesouro dos EUA para comprar o TikTok do seu proprietário chinês.
Os investidores, liderados pelos “venture capitalists” General Atlantic e Sequoia Capital, estão em discussões com o Tesouro dos EUA e outros reguladores norte-americanos para planejar a compra do aplicativo TikTok e do firewall de sua controladora chinesa.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, declarou há dois dias que o presidente Trump seria informado sobre o resultado da revisão que estava sendo realizada pelo Comitê sobre Investimentos Estrangeiros nos EUA (CFIUS, na sigla em inglês) ainda nesta semana.
A rede social chinesa de vídeos curtos registrou um dos melhores resultados referente ao primeiro trimestre da história e, à medida que foi ganhando popularidade, também entortou sobrancelhas nos Estados Unidos.
O governo americano mostrou desde o início preocupações com a potencial capacidade do governo chinês utilizar o aplicativo para espionar cidadãos estadunidenses. Com isso, a rede social se tornou campo do embate sociopolítico entre as duas maiores potências comerciais do planeta.
O TikTok foi acusado pela segurança de sua plataforma e suas práticas de privacidade, sugerindo que dados coletados pela empresa poderiam ser compartilhados com Pequim. O presidente Trump afirmou no início deste mês que estava considerando banir a rede social em retaliação ao modo como a China administrou a pandemia do novo coronavírus.
O TikTok, por sua vez, vem tentando se distanciar do controle exercido pelo governo chinês e procurando provar ao público que nenhum dado é armazenado na China. Nesse sentido, a empresa, com sede em Los Angeles, nos Estados Unidos, argumenta que sua operação é independente e dissociada de Pequim.
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Em um comunicado publicado esta semana, o CEO do aplicativo, Kevin Mayer disse que a empresa estava comprometida com a transparência. “O TikTok se tornou o alvo mais recente, mas não somos o inimigo”, disse o executivo.