O TikTok deveria anunciar nesta segunda-feira (31), ou no máximo na próxima terça-feira (1) o nome do comprador de suas atividades nos EUA, junto com as neozelandesas e australianas. O preço deve ficar entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões (cerca de R$ 110 – 165 bilhões).
Dois consórcios estão concorrendo para a aquisição do app de micro-vídeos. De um lado Walmart e Microsoft, doe outro Oracle, junto com Sequoia Capital e General Atlantic. No meio dessa disputa, a briga entre o governo dos EUA e da China. Washington acusa o TikTok de ser um instrumento de espionagem. Pequim, por sua vez, acusa os americanos de ingerência indevida em uma empresa privada.
Todavia, mesmo com a negociação entre a ByteDance – controladora do aplicativo – e os potenciais compradores avançando, o governo chinês poderia complicar a implementação do acordo.
Na última sexta-feira (28) o Ministério do Comércio de Pequim atualizou pela primeira vez em 12 anos a lista de tecnologias sujeitas a controles de exportação. O TikTok não é nomeado, mas fala-se claramente de “serviços de recomendação de informações personalizadas com base na análise de dados”.
A ByteDance, terá, portanto, de pedir autorização ao governo para proceder à venda.
“Estamos estudando as novas regras”, já antecipou Erich Andersen, um dos principais executivos da ByteDance, garantindo que todas as leis serão respeitadas.
Um consultor do governo chinês disse à agência de notícias Xinhua que a ByteDance deveria considerar a suspensão das negociações “séria e cautelosamente”.
TikTok deve ser vendida nos EUA em todos os casos
A China provavelmente percebeu que um TikTok controlado por americanos e ativo nos EUA poderia suplantar a versão do ByteDance em todo o mundo (graças a influenciadores, acesso ao mercado, etc. ) Os chineses correm o risco de serem excluídos dos EUA, e isso seria um sério problema de gestão, mesmo mantendo todos os outros mercados, incluindo a União Europeia (UE).
Entretanto, o TikTok deverá ser vendido de qualquer jeito. Isso pois o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou no começo de agosto que a empresa chinesa venda as operações americanas do aplicativo, que virou febre mundial entre os jovens, se ela quisesse continuar atuando no país. O mandatário norte-americano alegou que a ferramenta representa um risco à segurança nacional dos EUA. Caso a venda não ocorra, o app poderá ser proibido de operar em território americano.