Comissário dos EUA pede ‘banimento’ do TikTok e aponta roubo de dados em relatório
Brendan Carr, Comissário da Comissão Federal para as Comunicações (FCC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, vinculou publicamente o TikTok ao roubo de dados de usuários.
Além disso, o membro do governo americano também pediu o banimento do TikTok, de forma oficial, ao Google (GOGL34) e à Apple (AAPL34). Em carta às empresas, Carr alegou que “o padrão de conduta e as deturpações promovidas pelo TikTok ocasionam o acesso irrestrito, em Pequim, a dados confidenciais de usuários dos EUA”.
Posteriormente, ele fez uma postagem em suas redes sociais citando o caso.
“O TikTok não é só mais um aplicativo de publicação de vídeos. Essa é a ‘pele da ovelha'”, disse Carr, em sua conta no Twitter.
Logo em seguida, o comissário da FCC citou que pediu o banimento nas lojas de aplicativos por conta do “padrão de práticas com dados clandestinamente obtidos”.
TikTok is not just another video app.
That’s the sheep’s clothing.It harvests swaths of sensitive data that new reports show are being accessed in Beijing.
I’ve called on @Apple & @Google to remove TikTok from their app stores for its pattern of surreptitious data practices. pic.twitter.com/Le01fBpNjn
— Brendan Carr (@BrendanCarrFCC) June 28, 2022
Segundo o New York Times, é improvável que esse pedido ganhe força em termos oficiais, já que a FCC não exerce poder regulatório sobre lojas de aplicativos e meios digitais. Além disso, Carr é republicano, ao passo que a agenda da FCC é ditada por sua presidente, Jessica Rosenworcel, que é pró-democrata.
O esforço de Carr segue a tendência que era vista no governo de Trump, dada a tensão entre as duas nações. Contudo, ainda na gestão do democrata Joe Biden os conflitos nesse campo seguiram.
Ainda em junho do ano passado, Biden assinou uma ordem executiva que proibia americanos de investirem em 59 empresas chinesas.
Antes de Carr, Trump tentou o mesmo
Trump, contudo, chegou a forçar a ByteDance – controladora do TikTok – a vender o aplicativo ou ser expulsa das lojas de aplicativos em meados de 2020.
Depois, foi feito um acordo no qual a Oracle (ORCL34), gigante da tecnologia americana, assumiria uma parte da administração da companhia. A venda, contudo, nunca foi concretizada.
A Oracle, aliás, foi citada na carta de Carr.
“O TikTok afirma há muito tempo que seus dados de usuários dos EUA foram armazenados em servidores localizados nos EUA e, no entanto, isso não fornece proteção contra os dados clandestinos acessados de Pequim”, escreveu.
“De fato, a declaração do TikTok de que ‘100% do tráfego de usuários dos EUA está sendo roteado para a Oracle’ não diz nada sobre de onde esses dados podem ser acessados”, conclui.
O TikTok disse que está tomando medidas para impedir que os funcionários na China tenham acesso aos seus dados, segundo Brooke Oberwetter, porta-voz da plataforma. Carr, contudo, contestou a afirmação em sua carta ao citar a Oracle.
Jose Castaneda, porta-voz do Google, a Apple e o F.C.C. não comentaram o tema após os pedidos de posicionamento da imprensa americana diante do imbróglio com o TikTok.