Theresa May continuará como primeira-ministra do Reino Unido. Após enfrentar um voto de desconfiança no Parlamento britânico nesta quarta (12), ela conseguiu apoio necessário para continuar à frente do partido. Portanto, segue no cargo.
O voto de desconfiança é um processo comum em regimes parlamentaristas. Ele permite que seja questionada a liderança de determinado político por seu próprio partido, podendo levar ou não ao seu afastamento. A crise gerada pelo Brexit, o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, levou Theresa May a esse processo.
O voto de desconfiança foi convocado após Graham Brady, presidente do Comitê 1922 (que reúne os correligionários do partido no Congresso), ter coletado as 48 cartas necessárias usar o dispositivo. Desta forma, a premiê precisava do apoio de 158 dos 315 parlamentares do Partido Conservador para sobreviver no cargo. Conseguiu 200 deles.
“Foi um dia longo e desafiador, mas ao fim dele, tive o prazer de receber o apoio dos meus colegas na votação desta noite. Estou grata por esse apoio. Um número significativo de colegas votou contra mim e eu vou ouvir o que eles têm a dizer”, declarou a primeira-ministra, após o resultado. “Após essa votação, precisamos agora seguir com o trabalho de entregar o Brexit aos britânicos”.
O que aconteceria se Theresa May perdesse
Caso perdesse, a primeira-ministra teria que continuar no cargo até que uma votação escolha seu sucessor. Então, renunciaria oficialmente assim que isso fosse feito.
Brady teria que começar então um processo de escolha de sucessão. Essa decisão ficaria para cerca de 120 mil filiados ao Partido Conservador. O envio dos votos seria feito por correio.
Mas a duração desse processo não é clara. Em 2005, última vez em que os conservadores realizaram esse tipo de votação, ela durou aproximadamente seis semanas.
Saiba mais: Brexit leva Theresa May a enfrentar voto de desconfiança no Parlamento
O antecessor da primeira-ministra, o ex-premiê David Cameron, renunciou. Ou seja, ele não se viu mais capaz de continuar à frente de seu partido. Isso aconteceu após o Brexit ter sido votado e aprovado pela população britânica, causando uma crise para Cameron. Então, coube a Theresa May liderar o complexo e difícil processo de separação da União Europeia. Mas foi justamente a indefinição desse procedimento que levou May ao quase afastamento pelo voto de desconfiança nesta quarta.
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