O Parlamento britânico vai votar o acordo para a retirada do Reino Unidos da União Europeia em 14 de janeiro. O anúncio foi dado pela primeira-ministra Theresa May, do Partido Conservador, no Parlamento nesta segunda (17).
A saída do Reino Unido do bloco comercial, popularmente conhecido como Brexit, no entanto, deveria ter sido votado na última semana. Mas Theresa May decidiu recuar após temer uma derrota. A premiê, inclusive, teve de enfrentar um voto de desconfiança de seu próprio partido, que quase a derrubou do governo.
Ao anunciar a nova data para a votação do acordo, May lembrou que a União Europeia deixou claro que o apoio irlandês não era uma trama para prender o Reino Unido.
Anteriormente, os trabalhistas haviam ameaçado May com um voto de desconfiança caso ela não marcasse a data. Apesar de não ter conseguido afastá-la, Jeremy Corbyn afirmou que a premiê “levou o país a uma crise nacional” e que ela não tinha mais apoio do gabinete. Corbyn é o líder do Partido Trabalhista.
O Reino Unido sai oficialmente da União Europeia em 29 de março de 2019. O acordo do Brexit, a ser votado em 14 de março, estabelece os termos de saída do país. Além disso, inclui uma declaração sobre o esboço das futuras relações entre o Reino Unido e o bloco comercial. Mas isso só será feito se aprovado pelo Parlamento britânico.
O voto de desconfiança de Theresa May
Theresa May se manteve como primeira-ministra do Reino Unido após enfrentar um voto de desconfiança no Parlamento britânico na última quarta (12). Ela conseguiu apoio necessário para continuar à frente do partido e, portanto, seguiu no cargo.
O voto de desconfiança é um processo comum em regimes parlamentaristas. Ele permite que seja questionada a liderança de determinado político por seu próprio partido, podendo levar ou não ao seu afastamento. A crise gerada pelo Brexit, o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, levou Theresa May a esse processo.
Saiba mais: Theresa May vence voto de desconfiança e continua no cargo
O voto de desconfiança foi convocado após Graham Brady ter coletado as 48 cartas necessárias usar o dispositivo. Desta forma, a premiê precisava do apoio de 158 dos 315 parlamentares do Partido Conservador para sobreviver no cargo. Conseguiu 200 deles.
“Foi um dia longo e desafiador. Mas ao fim dele, tive o prazer de receber o apoio dos meus colegas na votação desta noite. Estou grata por esse apoio. Um número significativo de colegas votou contra mim e eu vou ouvir o que eles têm a dizer”, declarou Theresa May após a votação do voto de desconfiança. “Precisamos agora seguir com o trabalho de entregar o Brexit aos britânicos”.
Notícias Relacionadas