O ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou justificar as decisões em torno do Bolsa Família e da flexibilização do teto em declarações ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro, após rumores de que deixaria a pasta devido às manobras no teto de gastos para bancar o aumento do Bolsa Família a R$ 400.
Guedes disse ainda que “toda notícia tem informação, sinal e barulho”, e Bolsonaro reiterou que tem “confiança absoluta” no ministro.
O ministro afirmou que estava tentando fazer o Bolsa Família dentro do teto e com a reforma do Imposto de Renda como ponte, além de utilizar fonte de recursos com o PEC dos precatórios.
Guedes observou que a “solução técnica” não funcionou, já que a reforma do Imposto de Renda não andou no Senado e é necessário dar amparo aos mais vulneráveis diante do aumento da inflação. Por isso, vai ser necessário “gastar mais”.
“Criou-se um barulho enquanto eu estava lá fora para representar o Brasil. O país tem tudo para retomar o crescimento, vai crescer bem mais que previsões para 2022. A política começou a sacudir, e o dinheiro dos mais frágeis? Começa uma aparente briga entre ala política e econômica. Dificuldade e mérito de um bom presidente é saber pesar as duas coisas política e economia”, afirmou.
Teto de gastos é ‘um símbolo’, diz Guedes
O ministro da Economia disse ainda que o teto de gastos é “um símbolo”, mas que não pode deixar ninguém passar fome para “tirar 10 no fiscal”. “A solução de R$ 600 era nota 4 na economia, fura teto. A solução de R$ 300 estava nota 10 na técnica, mas 5 na política.”
Segundo o ministro, faltou tolerância com a equipe econômica que tenta conciliar a solução técnica fiscal com o amparo aos mais vulneráveis.
O ministro citou que o aumento do Bolsa Família a R$ 400 é compreensível e não será questionado em momento em que há aumento de preço de comida e gás.
Caminhoneiros
Guedes também minimizou o gasto a mais para atender os caminhoneiros, que vem sofrendo com a alta de combustíveis. A categoria, como prometeu Bolsonaro, terá um auxílio de R$ 400: “Estamos falando de pouco mais de R$ 3 bilhões para ajudar caminhoneiros. O Brasil roda em cima do modal rodoviário, é subsidiar quem carrega a comida.”
Com informações do Estadão Conteúdo