A Universidade de Oxford informou neste sábado (12) que irá retomar os ensaios clínicos da vacina contra o novo coronavírus (covid-19), produzido em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
Os testes da vacina de Oxford, conhecida como ChAdOx1 nCoV-19, haviam sido interrompidos após a reação adversa em uma voluntária britânica. Os ensaios clínicos no mundo todo, inclusive no Brasil onde 5 mil voluntários receberam o imunizante, estavam em pausa.
“Dezoito mil pessoas receberam vacinas do estudo ao redor do mundo. É natural que alguns participantes tenham reações adversas. Todos os casos devem ser avaliados com cuidado para garantir a segurança do processo”, comunicou a nota da universidade, obtida pela “CNN”.
Os estudos foram interrompidos no dia 6 de setembro, segundo as instituições de pesquisa, para que os dados fossem avaliados pelo comitê independente e por reguladores do governo britânico. As reuniões de rotina seguiram, mas a vacinação ficou em pausa.
No Brasil, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que coordena as pesquisas, informou que os estudos também devem ser retomados no país, após a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Comitê Nacional de Ética e Pesquisa (Conep).
A Anvisa já foi informada pela Universidade de Oxford sobre a retomada dos testes da vacina, mas ainda espera a comunicação oficial da Autoridade Sanitária do Reino Unido, responsável pela liberação.
“Para que a reativação do estudo clínico ocorra no Brasil, a Anvisa espera receber nos próximos dias o peticionamento da empresa AstraZeneca. Na prática, o laboratório precisa protocolar o pedido de nova anuência para que o estudo da vacina de Oxford possa ser retomado no país”, informou a agência por meio de um comunicado.
“A Anvisa reitera que está comprometida com a celebridade na análise de todos os dados. Ao mesmo tempo, trabalha para garantir a segurança dos participantes do estudo clínico no Brasil”, concluiu.
Segundo a universidade britânica, além do aval do governo, uma avaliação independente analisou que os ensaios podem ser retomados.
“Não podemos divulgar informações médicas sobre a doença por razões de confidencialidade dos participantes. Estamos comprometidos com a segurança dos nosso participantes no níveis mais altos da condução do estudo, e continuaremo monitorar de perto a segurança”, informou a Universidade de Oxford.
Interrupções não são incomuns em estudos de vacina
Suspensões não necessariamente incomuns em processos de desenvolvimento de vacinas.
O processo de testagem de todas os imunizantes em desenvolvimento estão sendo observados de perto em vista da pressão por novas formas de conter a pandemia. Atualmente, existem nove candidatas a vacina na fase 3 e os testes da AstraZeneca foram os primeiros a serem paralisados até o momento.
A companhia deu início a Fase 3 da vacina nos Estados Unidos em agosto, enquanto os testes da fase 2/3 foram iniciados anteriormente no Reino Unido, Brasil e África do Sul.