Tesouro ficará sem caixa se não ocorrer suspensão do teto da dívida dos EUA, diz Yellen

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, novamente fez pressão para que o Congresso americano fure o teto da dívida antes de discursar para o Comitê Bancário do Senado norte-americano nesta terça-feira (28).

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Por meio de carta aos congressistas, Yellen afirmou que o Tesouro ficará sem caixa suficiente para manter suas medidas fiscais extraordinárias em 18 de outubro, caso deputados e senadores não aprovem a suspensão do teto da dívida até lá.

“Esperamos que o Tesouro ficará com recursos muito limitados que se esgotariam rapidamente. É incerto se poderíamos continuar a cumprir todos os compromissos da nação após essa data”, declarou a secretária do governo Biden, antes de alertar que a previsão é incerta e pode ser alterada para uma data mais próxima ou distante.

Yellen ainda alertou sobre “sérios danos” à confiança de consumidores e empresas, além de “significativas perturbações” no mercado financeiro, caso a decisão de suspender o teto fique para o “último minuto”.

Segundo ela, as consequências poderiam ser desde “aumento de custos de empréstimos para contribuintes” e “impactos negativos sobre a classificação de crédito nos próximos anos”, até maiores incertezas que podem exacerbar “a volatilidade do mercado e minar a confiança de investidores”.

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“Mais uma vez, peço respeitosamente ao Congresso que proteja toda a fé e crédito dos EUA, agindo o mais rápido possível”, concluiu a secretária.

Democratas aprovaram suspensão de teto de dívida nos EUA e medida segue para o Senado

Na semana passada a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou medida que mantém o governo financiado até o início de dezembro e suspende seu teto da dívida até 2022, mas sem resolver o impasse partidário entre democratas e republicanos antes de o texto seguir para o Senado.

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Faltando menos de duas semanas para o atual financiamento do governo expirar, no dia 1º de outubro, a Câmara aprovou em uma votação de linha partidária, com 220 votos a favor e 211 contra, um pacote que financiaria o governo dos EUA até 3 de dezembro de 2021 e suspenderia o teto da dívida até 16 de dezembro de 2022.

O Departamento do Tesouro está usando medidas de emergência para cobrir as contas por vários meses até que o limite do débito seja aumentado ou suspenso novamente.

Os republicanos disseram que se opõem à votação para aumentar o teto da dívida em protesto contra os trilhões em gastos que os democratas estão tentando aprovar no Congresso sem o apoio republicano.

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O impasse do teto da dívida alarmou analistas de Wall Street e líderes empresariais, que nas últimas semanas emitiram alertas sobre um risco crescente de um calote técnico, no qual o governo pode ser incapaz de fazer todos os seus pagamentos regulares integralmente e dentro do prazo. A ameaça de tal default pode prejudicar os mercados e afetar o crescimento econômico dos EUA.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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