Tesouro direto vale a pena? Seu Consultor Responde

Seu Consultor Responde é um quadro que vai ao ar todas as quintas-feiras, durante a live do Suno Notícias no YouTube. O objetivo é que um profissional da Suno Consultoria responda às dúvidas da audiência. Confira uma delas a seguir, sobre tesouro direto.

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Investir em tesouro direto vale a pena? Como é feita a alocação em renda fixa na carteira dos clientes da consultoria?” – Amanda Hoff.

Seu Consultor Responde

Cara Amanda,

Acredito que a porta de acesso da maioria dos investidores costuma ser a poupança, depois o CDB e depois o tesouro direto ou tesouro Selic, inflação ou pré-fixado. Então acho muito importante falarmos disso.

Nós temos três tipos de tesouro, que é a forma que o governo gera caixa, se endivida. Vamos a eles:

O tesouro Selic tem rentabilidade determinada pela taxa Selic que o Banco Central determina a cada 40 dias. Os outros dois são instrumentos que quem determina a taxa em si é o mercado: são os tesouros IPCA+, e os tesouros prefixados.

E aqui vale a gente relembrar uma frase bastante comum no mercado: renda fixa não é fixa, ela varia.

Tirando os títulos pós-fixados, os títulos de renda fixa pré e inflação têm oscilação na chamada marcação a mercado. Então, o que vai determinar se vale a pena ou qual título você vai alocar é qual o objetivo final desse investimento.

Por exemplo: eu quero construir uma posição de aposentadoria para daqui 20 anos e eu não me preocupo com oscilação de curto prazo. Beleza, aí faz sentido comprar um título de inflação quando o momento de taxa de juros está um pouco mais alto.

Abrindo um parênteses, tem essa questão também: momentos de juros mais altos, momentos de juros mais baixos…isso direciona também qual a duration, o tempo de vencimento que você vai colocar num título de renda fixa ou tesouro direto. Quando a taxa está historicamente nas máximas, para ter essa taxa por mais tempo, você tende a alongar um pouco mais os títulos.

Então, tem um dinheiro aqui que eu vou alocar em renda fixa, com objetivos no longo prazo e eu estou num momento de uma taxa bastante alta. É a situação na qual estamos agora: pré-fixados quase em 12%, títulos indexados acima de IPCA mais 6%…historicamente é uma taxa bastante relevante. Então, faz sentido você alongar um pouco mais essa alocação, pegar a taxa de 5, 10 anos para garantir essa rentabilidade por mais tempo.

Agora, se eu estou em momentos em que a taxa de juros está realmente muito baixa, faz mais sentido você deixar o dinheiro 100% na liquidez, no pós-fixado. Porque a tendência está muito baixa, a tendência é ele aumentar conforme o tempo. Ou pegar uma NTN-B com vencimento de dois anos, um pré-fixado de dois anos…mas sempre a gente tem que respeitar a exposição de risco.

Quanto mais longo um título de renda fixa, mais volátil ele é. Por exemplo: você pegar uma NTN-B, um título de tesouro IPCA mais, com vencimento de 30 anos, a marcação dele na curva é mais volátil do que a renda variável.

No vencimento, você vai ter toda a taxa contratada, mas no meio do caminho, você vai ter oscilações positivas e negativas. Então, acho que o título tem que casar o perfil, o objetivo e o momento de juros.

O mais básico é sempre utilizar o Tesouro Selic como um mecanismo de caixa para oportunidade, reserva de emergência, essas coisas. Os outros dois, para objetivos mais específicos, uma forma de alocação de diversificação da carteira.

– Renan Bonini, consultor na Suno Consultoria.

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