A Tesla (TSLA34) deixou de integrar o índice S&P 500 ESG, o que ocorreu “por falta de uma estratégia de baixo carbono detalhada”, segundo autoridades da S&P Dow Jones Indexes. A decisão surpreendeu a maioria dos investidores mas não deve ter impacto direto nas ações, segundo analistas consultados pelo The Wall Street Journal.
“Alguns dos fatores que contribuíram para sua pontuação ESG de 2021 foram um declínio nas pontuações de nível de critérios relacionados à estratégia de baixo carbono e aos códigos de conduta empresarial da Tesla”, escreveu Margaret Dorn, diretora sênior e chefe de índices ESG para a América do Norte da S&P Dow Jones Indexes.
“Você não pode simplesmente pegar um comunicado sobre a missão de uma empresa como valor de face. Você tem que olhar suas práticas em todas estas dimensões importantes”, seguiu.
Além disso, a S&P Dow Jones Indexes citou acusações de discriminação racial e condições precárias de trabalho na fábrica de Fremont da Tesla, servindo como um ponto negativo no quesito.
Outro fator foi a forma como a empresa lidou com a investigação de autoridades reguladoras nos EUA após casos de mortes e acidentes envolvendo os veículos com piloto automático.
Logo após o caso, Elon Musk foi a público falar que ‘o ESG é uma farsa’.
“A [petrolífera] Exxon está colocada entre as dez melhores do mundo em ESG pela S&P 500, enquanto a Tesla não faz parte da lista! ESG é uma farsa. Tem sido usado como arma por falsos guerreiros da justiça social”, disse o empresário e CEO da Tesla.
Questionado sobre a crítica de Musk, um representante da fornecedora do índice disse que “a lista não é um ranking das melhores companhias no quesito ESG”.
Atualmente, a Exxon tem um peso de 1,443% na carteira do índice enquanto a Apple tem o maior da lista, de 9,657%.
A retirada da Tesla está entre uma série de mudanças promovidas no S&P 500 ESG desde 22 de abril. Entre as adições estão o Twitter (TWTR34).
Tesla (TSLA34): lucro no 1T22 chega a US$ 3,32 bilhões, acima das expectativas
A Tesla registrou lucro líquido de US$ 3,32 bilhões no primeiro trimestre, ou US$ 2,86 por ação, acima dos US$ 438 milhões, ou US$ 0,39 por ação, de igual período de 2021.
O resultado superou a previsão de US$ 2,26 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
A receita da empresa de Elon Musk ficou em US$ 18,756 bilhões no primeiro trimestre deste ano, ante US$ 10,389 bilhões em igual período do ano passado. A receita com automóveis teve alta de 87% na mesma comparação anual, a US$ 16,861 bilhões.
A companhia comenta que sua produção semanal em Xangai foi “forte” no primeiro trimestre, mas aponta que um salto nos casos de covid-19 na cidade da China levou a uma paralisação temporária de sua fábrica, bem como de partes de sua cadeia de fornecedores. “Ainda que uma produção limitada tenha recomeçado recentemente, continuamos a monitorar a situação de perto”, afirma.
“Esse foi o melhor resultado da historia da empresa, superando a margem obtida no ultimo trimestre (que ficou em 31,3%), mesmo em um ambiente de inflação global de insumos, resultado tanto de um aumento no preço médio quanto por um controle de custos melhor que o esperado”, diz Natan Epstein, sócio da Catarina Capital.
O lucro liquido registrado pela Tesla veio quase 30% acima do estimado pelos analistas, em US$ 2,5 bilhões.