A Tesla (TSLA34), empresa americana do ramo automotivo, fechou as portas de seu escritório em San Mateo, na Califórnia, demitindo cerca de 200 funcionários. As informações foram fornecidas por um dos funcionários para a Agência Reuters.
Os funcionários demitidos na Tesla trabalhavam no sistema de assistente de motorista Autopilot e eram, em sua maioria, remunerados por hora.
Eles atuavam na anotação de dados, revisando e rotulando visuais coletados de veículos Tesla para ensinar o sistema Autopilot a lidar com determinados cenários.
Embora já houvessem sido informados de que se mudariam para uma unidade em Palo Alto gradualmente a partir deste mês, após o vencimento do contrato de aluguel de San Mateo, a maioria dos trabalhadores foi demitida ontem (28).
Alguns trabalhadores também esperavam que a Tesla transferisse parte deles para cargos com salários mais baixos em Buffalo, Nova York, visando economizar custos.
Segundo Raj Rajkumar, professor de Engenharia Elétrica e de Computação da Carnegie Mellon University, a Tesla aparenta estar em um momento de corte de custos.
“Esta [redução de pessoal] provavelmente indica que o segundo trimestre de 2022 foi bastante difícil para a empresa devido à paralisação em Xangai, custos de matérias-primas e problemas na cadeia de suprimentos”, afirma o docente.
Com redução no número de assinantes, Netflix (NFLX34) demitiu mais de 300 funcionários
A Netflix (NFLX34) anunciou 300 demissões nesta quinta-feira (23). Este é o segundo corte na empresa em 2022 – em maio, 150 pessoas foram demitidas no mundo. Com isso, o total chega a 450 pessoas.
A empresa, que registrou no primeiro trimestre de 2022, uma redução expressiva do número de assinantes, justificou os cortes com a desaceleração da receita. “Hoje, infelizmente, demitimos cerca de 300 funcionários”, disse o porta-voz em comunicado. “Enquanto continuamos a investir significativamente no negócio. Fizemos esses ajustes para que nossos custos cresçam de acordo com o crescimento mais lento de receita. Somos muito gratos por tudo o que eles fizeram pela Netflix e estamos trabalhando duro para apoiá-los nessa difícil transição.”
A receita do primeiro trimestre cresceu 10%, para US$ 7,87 bilhões, ligeiramente abaixo das previsões de Wall Street de US$ 7,93 bilhões.
As demissões na Netflix ocorreram em vários departamentos da empresa, majoritariamente nos Estados Unidos.
Em abril, a companhia demitiu uma dúzia de redatores de seu novo site editorial Tudum, além de 25 funcionários de marketing.
No mês seguinte, demitiu cerca de 150 funcionários em período integral, devido também à “desaceleração do crescimento da receita“, conforme um porta-voz da Netflix na época. Além disso, também demitiu 70 em seu estúdio de animação e pelo menos 60 na divisão de redes sociais.
No 1T22, a Netflix perdeu 200 mil assinantes, culpando parcialmente o compartilhamento de senhas pela perda de assinantes. A estimativa da companhia é de que mais de 100 milhões de lares estão usando o serviço por meio de uma senha compartilhada com eles, incluindo 30 milhões na América do Norte.
Demissões nas big techs e startups
Em março deste ano, cerca de 100 funcionários que trabalhavam com computação em nuvem no Google (GOGL34) foram demitidos. A Microsoft (MSFT34) reduziu o número de contratações para se preparar para os resultados fiscais do ano de 2022. A Tesla (TSLA34), liderada pelo homem mais rico do mundo Elon Musk, paralisou as contratações. A Intel (ITLC34) fez o mesmo. Já o Spotify (S1PO34) revisou seus planos para reduzir 25% o número de contratações neste ano.
A onda de demissões em empresas de tecnologia chegou à Netflix só agora, mas começou nas startups. No Brasil, empresas como Mercado Bitcoin, Zak, Sami, Quinto Andar, Liv Up, Loft, Faci.ly, Olist, Kavak, Vtex e Sanar fizeram cortes em seus times neste ano.
Grande parte das startups busca o crescimento exponencial dos negócios, financiado com venture capital, o capital de risco levantado junto a fundos de investimento ou investidores-anjo. Com o aumento do risco de recessão global, inflação e taxas de juros, as empresas começaram a captar menos em 2022, levando a ajustes nas finanças para manter os negócios.
As rodadas de demissões em massa em 2022 atingiram as Americanas (AMER3), que demitiu 400 pessoas em menos de dois meses na operação brasileira.
Musk chegou a dizer que a Tesla aumentaria quadro de funcionários
No início de junho, em meio a notícias de demissões das big techs e startups, o dono da Tesla, Elon Musk, chegou a dizer que a empresa aumentaria o número de funcionários.
Musk afirmou em postagem no Twitter que o número de funcionários da companhia iria aumentar nos próximos 12 meses, após reportagem da Reuters dizer que o empresário estava pessimista quanto à economia e, por isso, pretendia cortar 10% dos empregos da montadora.
“O número total de funcionários aumentará nos próximos 12 meses, mas o de assalariados deve ficar estável, em geral”, afirmou Musk.
Dono acaba com trabalho remoto na Tesla: “Não é mais aceitável”
Elon Musk não quer mais home office na Tesla (TSLA34). O dono da companhia determinou aos funcionários: “Trabalho remoto não é mais aceitável”. Quem não concordar, acrescentou ele, pode pedir as contas.
Em e-mail, o CEO da Tesla escreveu: “Qualquer um que quiser trabalhar remotamente precisa estar no escritório por no mínimo — e, reforço, ‘no mínimo’ — 40 horas por semana ou pode ir embora da Tesla. Isso é menos do que pedimos aos trabalhadores da fábrica.”
Musk ressaltou que o escritório precisa ser “um dos lugares principais da Tesla, não uma filial remota que não está relacionada às tarefas do funcionário – como o responsável pelo RH da fábrica de Fremont ter vontade de trabalhar em uma filial que fica em outro estado”.
O bilionário dono da Tesla não confirmou a veracidade do e-mail, mas respondeu um seguidor em redes sociais que pediu um comentário a respeito da demanda, dizendo que trabalho presencial é um conceito antiquado.
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