A Tesla anunciou nesta quinta-feira (2) seu objetivo de levantar até US$ 2,3 bilhões por meio da venda de ações e bônus. A operação ocorre após a empresa ter queimado mais de US$ 1 bilhão de seu caixa desde o início do ano.
Para poder juntar esse capital, a Tesla informou que oferecerá US$ 650 milhões em ações ordinárias e US$ 1,35 bilhão em bônus conversíveis. Além disso, a empresa de Elon Musk poderá aumentar essa arrecadação em mais US$ 300 milhões se a demanda convencer os subscritores a exercer
opções para negociar bônus e ações adicionais. O próprio Musk vai comprar US$ 10 milhões em ações durante essa operação.
Saiba mais: Tesla tem prejuízo de US$ 702 milhões no 1° trimestre de 2019
Os títulos que serão emitidos poderão ser convertidos em dinheiro e/ou ações, a critério da empresa. Segundo a Tesla, esses recursos serão utilizados para reforçar o balanço patrimonial da empresa e também para “propósitos empresariais gerais”.
Entretanto, a empresa californiana de carros elétricos estava sofrendo pressões de investidores de Wall Street para levantar capital. De janeiro até março a Tesla queimou US$ 1,5 bilhão, registrando um prejuízo líquido no período.
Por outro lado, Musk resistiu durante um longo período de tempo a realizar essa operação. Segundo o diretor-executivo, essa operação seria desnecessária. Todavia, na semana passada o executivo mudou de ideia salientando como havia “mérito em levantar capital a esta altura”.
Desde janeiro as ações da Tesla caíram quase 30% na Bolsa de Valores dos Estados Unidos (NYSE). Uma tendência contrária ao normal, já que as cotações se mantiveram tradicionalmente altas. Os investidores estão cada vez mais pessimistas com o desempenho da fabricante de automóveis elétricos.
Há uma série de preocupações entre os analistas sobre um amplo número de questões: da possível queda na demanda pelos veículos elétricos da montadora até a redução dos créditos tributários nos Estados Unidos. Essa vantagem fiscal sempre foi um grande fator de encorajamento para os consumidores comprarem carros da Tesla.
Prejuízo em 2019
No primeiro trimestre de 2019 a Tesla, anunciou um prejuízo de US$ 702,1 milhões. No ano passado, no mesmo período, foi registrada uma perda de US$709,5 milhões.
O prejuízo registrado pela Tesla atualmente é US$ 4,10 por ação, Já no ano anterior a perda por ação chegou a US$ 4,19 (R$ 16,10) no mesmo período. Um resultado negativo mesmo com a receita da empresa que cresceu cerca de 33,2%, chegando a US$ 4,5 bilhões (R$ 17,94 bilhões).
Efeitos negativos
O prejuízo da montadora acumulou US$ 188 milhões. Entre as razões desse resultado negativo, a Tesla aponta para os seguintes fatores:
- O reajuste de preços nos carros Model S e Model X que resultou em um prejuízo de US$ 121 milhões;
- O processo de reestruturação que teve uma perda de US$ 67 milhões.
Alguns resultados positivos
Ainda que o prejuízo declarado pela empresa seja alto, alguns fatores tiveram avanço como:
- Vendas de veículos – crescimento de 37%
- Receita de divisão de automóveis – crescimento de 36,1%
- Arrendamento de automóveis – crescimento de 24%
- Produção do veículo Model3 – crescimento de 3%
Saiba Mais: Elon Musk nomeia desconhecido como diretor financeiro da Tesla
Expectativa
A Tesla trabalha com a previsão de entregar entre 360 mil e 400 mil carros em 2019. Sendo assim, a empresa deveria ter um crescimento de cerca de 45% e 65% em relação ao mesmo período de 2018.
De acordo com a fabricante de carros elétricos, se a fábrica de Xangai atingir a meta estipulada até o quarto trimestre, a Tesla produzirá cerca de 500 mil carros neste ano.
Saiba Mais: Elon Musk diz que Tesla vai cortar 7% dos funcionários
A pretensão da empresa é de investir entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões esse ano. Serão prioridade nos investimentos, a fábrica de Xangai, o desenvolvimento do Modelo Y e do Tesla Semi.