Tenda (TEND3) reduz prejuízo em 87,3% no 4T23, para R$ 19,6 milhões

A Tenda (TEND3) teve prejuízo líquido consolidado de R$ 19,6 milhões no quarto trimestre de 2023, uma redução de 87,3% ante as perdas de R$ 155,1 milhões registradas no mesmo período de 2022.

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A divisão Tenda (construção em fôrmas de concreto no canteiro) gerou lucro de R$ 2,9 milhões, o que representa uma recuperação importante, saindo do vermelho. Já a divisão Alea (construção em madeira, com itens pré-fabricados) teve prejuízo de R$ 22,6 milhões. O negócio, relativamente novo, ainda está em fase de ganho de escala.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado ficou positivo em R$ 47,3 milhões, contra resultado negativo em R$ 54,2 milhões um ano antes.

A receita líquida da Tenda consolidada aumentou 19,6%, para R$ 754,9 milhões. Já a margem bruta ajustada consolidada deu um salto de 11,8 pontos porcentuais, para 24,9%. A margem líquida da Tenda ainda ficou no campo negativo de 2,6%.

A Tenda no 4T23 reportou geração de caixa operacional de R$ 60,4 milhões no trimestre e R$ 100,6 milhões no acumulado do ano.

Segundo a empresa, 2023 representou o “ano da virada”, devido à conclusão do processo de reestruturação dos negócios após os estouros de orçamento do passado.

“Foi o ano da virada. Começamos de forma desafiadora, com alavancagem alta e em busca de retomar a rentabilidade. Tivemos êxito nisso e seguimos a tendência de melhoras para 2024”, declarou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Luiz Maurício Garcia.

Os projetos das safras antigas e problemáticas devem responder por apenas 4% da receita em 2024, ante 37% em 2023, projetou a empresa.

A Tenda continuou subindo o preço médio dos imóveis, que chegou a R$ 206 mil no fim de 2023, ante R$ 189 mil no fim de 2022. No mesmo período, a margem bruta das novas vendas foi a 33,7% de 31,1%. Pela frente, a alta deve ficar mais próxima da inflação, disse Garcia.

Para 2024, a prioridade da Tenda continua sendo a recuperação da margem de lucro na divisão Tenda. Além disso, a companhia espera ganhos de eficiência e escala no ciclo construtivo da Alea, com expectativa de a divisão ser rentável a partir de 2025.

Metas de 2023 foram parcialmente cumpridas

Entre as metas anunciadas para 2023, a Tenda superou o volume consolidado de vendas. A companhia totalizou R$ 3,1 bilhões, e a meta ia de R$ 2,7 bilhões a R$ 3,0 bilhões. A Tenda também superou o teto para o volume de lançamentos na Alea. Foram lançadas 2,1 mil unidades, ante projeção de 1,5 mil a 2,0 mil.

A companhia recuperou a margem bruta ajustada consolidada no ano, que subiu para 23,6%, mas ficou 0,4 pp abaixo do limite inferior da meta, que ia de 24% a 26%. O não cumprimento seu deu por desvios de custo no início de 2023, mas já sanados, segundo a companhia.

Por fim, a Tenda teve êxito na redução de alavancagem (dívida líquida corporativa ante o patrimônio líquido), que saiu de 65% no fim de 2022 para 16% no fim de 2023.

A queda na alavancagem ocorreu por meio da oferta subsequente de ações (follow-on), acompanhada de reestruturação das dívidas, além da evolução da geração operacional de caixa e das cessões de carteira de recebíveis pró-soluto.

Metas para 2024

A companhia tem as seguintes metas para 2024, que apontam para crescimento dos negócios, conforme já divulgado. Para a Tenda, as vendas líquidas projetadas são de R$ 3,2 bilhões a R$ 3,5 bilhões, e para Alea, de R$ 400,0 milhões a R$ 500,0 milhões.

O Ebitda ajustado da Tenda deve ser de R$ 325 milhões a R$ 395 milhões para Tenda e entre R$ 50 milhões negativos a R$ 30 milhões negativos para Alea.

E a margem bruta ajustada projetada é de 29% a 31% para a Tenda e de 9% a 11% para a Alea.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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