Nas duas reuniões feitas pelo Banco Central na última quinta-feira (10), entre diretores do Banco Central com economistas do mercado, também estiveram presentes o estresse visto nos mercados financeiros domésticos, em meio aos temores sobre a política fiscal brasileira. A Informação foi apurada pelo Valor Econômico.
Segundo apurado pelo site, houve predominância de cautela sobre o destino das contas públicas. Diversos participantes ainda demonstraram temores com os impactos de uma flexibilização fiscal na trajetória de desinflação — e na condução da política monetária.
No primeiro encontro, o portal revela que os integrantes apresentaram grande preocupação com a política fiscal do Brasil, e com as indicações realizadas pelo governo Lula.
Questão da política fiscal pode refletir na taxa de juros
De acordo com um participante na reunião do Banco Central, grande parte da reunião foi usada para dialogar sobre a parte fiscal. Essa fonte disse que, durante o encontro, houve quem indicasse para a possibilidade de a taxa Selic voltar a aumentar caso a pressão fiscal se intensifique futuramente.
Além disso, a maior parte dos integrantes da reunião apresentou um viés altista para as estimativas da Selic no futuro. Isso acontece em meio aos temores da política fiscal e também à credibilidade econômica do governo do petista.
Na segunda reunião, o site revela que os temores com as contas públicas também dominaram os diálogos.
De acordo com um dos participantes, o encontro foi “bastante lacônico”, pois grande parte dos economistas que apresentaram seu cenário abordou o alto número de dúvidas relativas à política fiscal.
De qualquer modo, as impressões gerais para a inflação brasileira e norte-americana são de melhora, na margem, para certos aspectos qualitativos.
Conforme esse integrante, as incertezas sobre a política fiscal também não possibilitaram um diálogo mais aprofundado sobre o momento de começo do ciclo de flexibilização monetária por parte do Banco Central.