Michel Temer abre Assembleia Geral da ONU e critica unilateralismo e protecionismo
Em seu discurso de mais de vinte minutos na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Michel Temer manteve a tradição em que o Brasil é o primeiro país a discursar. O foco do presidente foi em criticar a intolerância e o unilateralismo e reafirmar que as instituições do país são fortes e que ele “entrega um Brasil melhor do que recebeu”.
Estourando o limite de quinze minutos que tinha para seu discurso, Temer ressaltou a “democracia vibrante” do Brasil e criticar o populismo e unilateralismo. “Reavivam-se velhas intolerâncias. As recaídas unilaterais são cada vez menos a exceção”, disse. “O isolamento pode até dar uma falsa sensação de segurança. O protecionismo pode até soar sedutor. Mas é com abertura e integração que alcançamos a concórdia, o crescimento, o progresso”, afirmou ainda.
Para isso, Temer afirmou que o unilateralismo deve ser respondido com “mais diplomacia, mais multilateralismo”. “Temos que permanecer coesos em torno desta obra coletiva que é erguer um mundo em que predominem a paz, o desenvolvimento e os direitos humanos. Nada conseguiremos sozinhos”. Ele apontou também a necessidade de tornar a própria ONU “mais legítima e eficaz”, e afirmou que o Conselho de Segurança reflete um mundo “que já não existe mais”.
Sobre a situação do Brasil, Temer disse que a população disse não ao populismo e tirou o país de sua pior recessão que teve graves consequências, “sobretudo para os mais pobres”. Ele disse ainda que a alternância de poder é a alma da democracia, e que “a nossa, senhoras e senhores, é uma democracia vibrante, lastreada em instituições sólidas”.
“Agora, é ir adiante. O próximo governo e o próximo Congresso Nacional encontrarão bases consistentes sobre as quais poderão seguir construindo um Brasil mais próspero e mais justo”, concluiu.
Sobre a crise migratória de venezuelanos, o presidente afirmou que o país tem recebido “todos que chegam” ao Brasil. “Com a colaboração do Alto Comissariado para Refugiados, construímos abrigos para ampará-los da melhor maneira. Temos promovido sua interiorização para outras regiões do Brasil. Emitimos documentos que os habilitam a trabalhar no país. Oferecemos escola para as crianças, vacinação e serviços de saúde para todos”, afirmou Temer.
Ao finalizar o assunto, disse que “sabemos que a solução para a crise apenas virá quando a Venezuela reencontrar o caminho da democracia e do desenvolvimento.”
Temer também citou a situação Israel-Palestina, reforçando o apoio do Brasil a uma solução de dois estados, vivendo lado a lado, em paz.