A Tegma (TGMA3) informou, na noite da última sexta-feira (16), que recusou a proposta de compra da JSL (JSLG3), apresentada no início deste mês. A informação foi divulgada por meio de um fato relevante.
A decisão foi tomada por unanimidade no Conselho de Administração da Tegma, após a análise de uma consultoria contratada. A proposta da JSL consiste no pagamento de R$ 989 milhões aos acionistas da Tegma, mais 15% das ações da empresa combinada.
De acordo com a ata da reunião do conselho da Tegma, a recusa se baseia no entendimento de que a proposta da controlada da Simpar (SIMH3) não corresponde ao valor justo da companhia, tampouco suas perspectivas de crescimento.
“Com base em nossa avaliação econômico-financeira e sujeito ao disposto acima e a outros fatores relevantes por nós considerados, é nossa opinião que, na presente data, a proposta da JSL não reflete o valor econômico-financeiro intrínseco da Tegma”, escreveram os sócios do Rothschild & Co Brasil, escritório contratado.
O mercado havia recebido de forma positiva a notícia de junção entre as empresas, que pode criar um colosso do segmento de logística com faturamento anual de R$ 6,1 bilhões.
Desde o anúncio da proposta não solicitada, no dia 2 de julho, as ações da Tegma subiram mais de 15%. Os papéis da JSL, por sua vez, avançaram 5%, enquanto o Ibovespa subiu 0,23% no período.
Negócio seria benéfico tanto para JSL como para Tegma, diz BTG
Em relatório divulgado após a divulgação da proposta, o BTG Pactual (BPAC11) disse que o considerava o negócio “acretivo entre dois gigantes”.
O banco de investimento acredita que “o negócio representa um grande evento”, pois seria estratégico tanto para a Tegma como para a JSL. O BTG recomenda compra das ações de ambas as companhias.
Contrariando a visão do conselho da Tegma, o banco afirmou que o negócio também parecia interessante para a empresa em termos de preço e estratégia.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa combinada, nos últimos 12 meses, seria de R$ 827 milhões, um incremento de 105% sobre o Ebitda da JSL de forma isolada.
Com base no valor de mercado corrente, a junção entre JSL e Tegma criaria um dos maiores players de logística do Brasil, avaliado em R$ 5,24 bilhões.