O setor de tecnologia vem chamando a atenção dos investidores recentemente. Tanto pela temporada de balanços, que contou com dados estelares de big techs como a Nvidia (NVDC31), quanto pela expectativa de que o setor possa se beneficiar com o ciclo de queda nos juros.
Na última quarta-feira (20), o Copom reduziu a taxa Selic em mais meio ponto percentual, para 10,75% ao ano. Nos Estados Unidos, o Fomc manteve a taxa Fed Funds inalterada entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas anunciou que os juros devem sofrer três cortes este ano.
A notícia é boa para o setor de tecnologia pois, de uma forma geral, as empresas do segmento atuam de forma mais alavancada. Por serem companhias de “growth”, ou de crescimento, têm uma maior necessidade de tomada de empréstimo, tendo em vista seus projetos arrojados e inovadores.
“Com os juros em queda, as linhas de crédito de financiamento se tornam mais acessíveis e isso impulsiona as empresas a investirem em seus negócios. Nesse cenário, a renda fixa também perde atratividade, o que provoca uma migração de capital para a Bolsa. Assim, a expectativa é que o setor tecnológico siga aquecido”, diz Cauê Mançanares, CEO e cofundador da gestora de ETFs Investo.
Outro ponto que vem servindo de impulso para muitas empresas de tecnologia é a inteligência artificial. A Nvidia, citada no início do texto, por exemplo, foi beneficiada sobretudo pelo segmento de IA no seu balanço mais recente. Já nesta semana, a empresa lançou o Blackwell, sua nova geração de chips utilizados nos sistemas de inteligência artificial.
“O ano de 2023 foi marcado pelo avanço no desenvolvimento da IA, o que desencadeou um rali entre as empresas de tecnologia e uma grande valorização do segmento. Com isso, a tendência é que a IA siga impulsionando o setor nos próximos semestres”, projeta Mançanares.
Apesar desse potencial, é importante chamar atenção para o fato de que as ações de tecnologia, em geral, apresentam uma volatilidade muito maior em comparação a outros setores considerados mais conservadores, como o elétrico ou financeiro, por exemplo.
“Por ser um setor inovador, são esperados sucessivos lançamentos de novos recursos, fazendo com que o valor de mercado das empresas cresça. Mas esse potencial de rentabilidade é acompanhado de uma alta volatilidade, que deve ser um ponto de atenção especialmente aos investidores com maior aversão ao risco”, afirma o CEO da Investo.
Dentro do Ibovespa existem importantes empresas de tecnologia, mas é fato que o mercado norte-americano oferece uma variedade muito maior de papéis do segmento. Atualmente, por exemplo, o valor de mercado da Apple (AAPL34) representa quase três vezes o valor de mercado de todas as empresas listadas na B3.
Por isso, quando se pensa em investir em tecnologia, é importante buscar também uma diversificação internacional do portfólio.
“Hoje, é fácil mencionar a Nvidia e a impressionante escalada que ela teve. Mas é muito difícil acertar a empresa X ou Y que vai multiplicar de valor. Por isso, é importante manter um portfólio diversificado globalmente, que contenha os principais players do mercado e que seja analisado e atualizado por especialistas”, diz Mançanares.
Uma alternativa para se proteger da volatilidade e ao mesmo tempo garantir um portfólio variado e internacional e investir por meio de ETFs. A Investo oferece o USTK11, fundo de índice que replica o VGT (Vanguard Information Technology), listado em Nova York. A partir desse ETF, o investidor tem acesso a papéis como Microsoft e Nvidia, por exemplo.
“Por um custo baixo, o USTK11 dá acesso às principais empresas de tecnologia dos EUA. Ele engloba ações de grande, média e baixa capitalização, incluindo tanto empresas gigantes quanto outras que atuam em nichos específicos do setor”, completa Cauê Mançanares, CEO e cofundador da gestora de ETFs Investo.