Os bancos na Europa demonstraram interesse nas taxas de juros negativas do Banco Central Europeu (BCE) ao pedirem € 1,3 trilhão (cerca de R$ 7,78 trilhões) em empréstimos, um número nunca registrado antes no bloco econômico. A informação foi divulgada pelo jornal “Financial Times” nesta quinta-feira (18).
O aumento no pedido de empréstimos é consequência da mais recente iniciativa de política monetária expansionista do BCE para aumentar a liquidez na economia da zona do euro, afetada pelo coronavírus (covid-19).
O banco central anunciou nesta quinta-feira que 742 bancos solicitaram empréstimos de € 1,31 trilhão sob seu principal plano de refinanciamento. Nesse caso as instituições terão crédito por três anos a taxas abaixo de 1%, desde que cumpram com certos requerimentos.
É a primeira vez que um banco central oferece empréstimos com duração de vários anos a instituições financeiras a uma taxa de juros abaixo de sua principal taxa de depósito. Essa medida inovadora introduz o chamado sistema de taxa dupla.
Dado que a taxa de depósito principal do BCE é de -0,5%, os empréstimos ultra-baratos são efetivamente um subsídio para o sistema bancário e fornecem mais evidências de como a autoridade monetária está tentando evitar que a pandemia cause uma crise de crédito.
O aumento no programa de empréstimos bancários do BCE, de pouco mais de € 1 trilhão para quase € 1,6 tri, aumentará o balanço patrimonial do banco central para aproximadamente € 6 trilhões. O número corresponde a mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco econômico.
A atuação do BCE durante a pandemia
Em resposta à disseminação do coronavírus, o BCE reforçou seu principal esquema de empréstimos para bancos com as seguintes medidas:
- Redução da taxa de juros;
- Diminuição do limite de crédito necessário para obter a taxa mais baixa;
- Aumento no número de bancos que podem fazer empréstimos;
- Afrouxamento das regulações para empréstimos.
Veja também: BCE empresta 1,3 trilhão de euros a bancos da zona do euro
Além disso, o BCE se comprometeu a comprar € 1,35 trilhões em títulos nos próximos 12 meses. Isso contribui para a redução dos custos de empréstimos para os países do sul da Europa, mais afetados pela pandemia.
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