Taxa de desemprego recua para 14,1% no 2º trimestre, afirma IBGE
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no trimestre encerrado em junho, de acordo com os dados da Pnad Contínua, divulgados nesta terça-feira (31) pelo IBGE.
O valor representa um recuo de 0,6 p.p. em relação ao primeiro trimestre do ano. Já em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 13,3%.
O resultado apresentado pelo IBGE veio no piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 14,1% e 14,8%, com mediana de 14,5%.
Entretanto, mesmo com a diminuição da taxa no trimestre, a população desocupada do País se manteve estável em 14,4 milhões de pessoas, quando comparada com o período anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, quando somava 12,8 milhões de pessoas desocupadas, o aumentou foi de 12,9%.
Aumento na ocupação, mas queda na renda
O recuo observado na taxa de desemprego teve como influencia o aumento no número de pessoas ocupadas (87,8 milhões), que avançou 2,5%, somando mais 2,1 milhões entre abril e junho. Com isso, o nível de ocupação subiu 1,2 ponto percentual para 49,6%.
Contudo, o número ainda indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
“O crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho. Até então vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira”, explica a analista da pesquisado IBGE, Adriana Beringuy.
No segundo trimestre, porém, a taxa de desemprego melhorou porque houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira de trabalho assinada.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.515,00 no trimestre encerrado em junho. O resultado representa queda de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 215,490 bilhões no trimestre até junho, queda de 1,7% ante igual período do ano anterior, informou o IBGE.
Taxa de desemprego por outros indicadores
Os trabalhadores informais, que incluem aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, somaram 35,6 milhões de pessoas e uma taxa de 40,6%. No trimestre anterior, a taxa foi de 39,6%, com 34,0 milhões de informais. Há um ano esse contingente era menor, 30,8 milhões e uma taxa de 36,9%.
Já os trabalhadores subocupados, aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar, chegou a um número recorde de 7,5 milhões de pessoas, um aumento de 7,3%, com mais 511 mil pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o indicador subiu 34,4%, quando havia no país 5,6 milhões de pessoas subocupadas.
Os desalentados, pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, reduziram em 6,5%, somando 5,6 milhões, em relação ao primeiro trimestre do ano. Mas esse contingente permanece estável na comparação com o segundo trimestre do ano passado.
O contingente de pessoas subutilizadas, aquelas desocupadas, subocupadas ou na força de trabalho potencial, foi de 32,2 milhões, uma redução de 3,0% em relação ao primeiro trimestre (33,2 milhões). A taxa composta de subutilização foi de 28,6%.
Com informações de Estadão Conteúdo e Agência de Notícias do IBGE.