Taurus (TASA4) faz críticas à licitação do MJ para compra de armas

A fabricante de armas Taurus (TASA4) criticou, nesta terça-feira (25), a licitação realizada pelo Ministério da Justiça para compra de pistolas 9 milímetros.

A companhia informou que foi impedida de participar do processo visto que o edital inclui dois detalhes técnicos para os produtos a serem comprados que não constariam nos armamentos da Taurus.

“O edital acrescentou nas características técnicas dois detalhes que não constam das especificações anteriores, detalhes estes que a Taurus vem desde 24/05/2019 tentando junto ao Exército Brasileiro a homologação, sem que sequer os testes tenham sido realizados”, comunicou a empresa, em nota divulgada.

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“Isso impede a empresa de participar da licitação. O contrassenso é que para as indústrias estrangeiras isso não é uma exigência”, criticou a fabricante, “Conforme a Taurus vem denunciando, a falta de isonomia nas questões regulatórias e tributárias vem prejudicando a indústria nacional”.

Conforme edital, o processo envolve a compra imediata por parte do Ministério da Justiça de 3.681 pistolas e outras 2.819 “caso haja disponibilidade financeira no exercício vigente”. O montante estimado para as aquisições imediatas é de cerca de R$ 9,75 milhões.

Decisões como essa incentivam a sair do Brasil, diz Taurus

A companhia expôs sua indignação e comunicou que decisões como essas incentivam as empresas a saírem do Brasil. “Por esse motivo, a Taurus já está transferindo parte de suas linhas de produção para sua fábrica nos Estados Unidos. Este ano, já foram enviadas duas linhas de produção para a unidade americana. É lamentável essa decisão e nosso país perderá muito com isso, porém a atual regulamentação impõe essa realidade, produzir nos Estados Unidos e exportar para o Brasil”, ressaltou a empresa.

Segundo a fabricante brasileira, o edital estava parado havia oito meses e, ao ser reativado, o Ministério da Justiça deu somente oito dias para que as companhias se habilitassem, com especificações que eram diferentes daquelas que haviam sido estabelecidas pelo governo federal em audiência pública.

O pregão eletrônico da pasta para escolha das propostas de preços foi aberto na manhã deste terça-feira e, segundo o ministério, não existe visão de prazo para encerramento. A austríaca Glock e a italiana Beretta foram duas das empresas que apresentaram ofertas no pregão.

Segundo Nuhs, “a Taurus vive um momento muito positivo com recordes de vendas, produção, receita, lucro bruto e Ebitda e deverá conviver com esses números por algum tempo, pois possui pedidos “Back Order” de 852 mil armas, equivalente a US$ 179 milhões, só de armas produzidas no Brasil, mais 208 mil armas em carteira de armas produzidas nos EUA, equivalente a US$ 29 milhões, além de uma carteira no Brasil superior a 130 mil armas”.

Para o executivo, a licitação da SENASP no momento não atrapalha os resultados financeiros da Taurus, que, segundo ele, “seguirá com sua gestão forte, garantindo resultados crescentes e consistentes, conforme recentemente publicados”. Entretanto, Nuhs lamentou o fato de ter que gerar empregos e riquezas nos Estados Unidos em virtude de uma legislação que hoje beneficia as indústrias estrangeiras de exportarem para o Brasil e sem nenhum compromisso com a geração de emprego e riquezas, mas ao contrário, em especial neste momento de crise de emprego e renda.

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Arthur Guimarães

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