Ações da Taurus caem 6% na Bolsa após Congresso contrariar decreto de armas
As ações da Taurus apresentaram uma queda de 6,25% na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) nesta sexta-feira (10) por volta das 13h50. O recuo nos papéis da fabricante de armas acontece depois que o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) questionaram o decreto de armas de Bolsonaro.
Sendo assim, os papéis da Taurus, e também o mercado, sofrem com a repercussão negativa da medida do presidente. Isso porque decreto de armas assinado na terça-feira (7) amplia e facilita o porte. Contudo, a Câmara e o Senado já se posicionaram contra a resolução.
Nesta sexta-feira (10), a Secretaria-geral da Câmara apresentou um parecer que apontava ilegalidades no decreto de armas. O documento afirma que a medida altera uma lei. Entretanto, essa ação só poderia ocorrer através de uma outra lei, e não por um decreto, de acordo com o órgão.
Além disso, o Senado também se posicionou sobre o decreto. Segundo a Casa Legislativa, o presidente Bolsonaro “extrapolou o poder” ao assinar a medida.
Saiba Mais: Ações da Taurus sobem 24%; mas empresa tem histórico de volatilidade
Decreto quebra monopólio da Taurus
O decreto assinado por Bolsonaro quebra o monopólio da Taurus no mercado de armas brasileiro. Antes da medida, não era permitido importar armas de fornecedores estrangeiros.
Além disso, também era proibida a participação de companhias internacionais no comando de fábricas de armas do Brasil. Com isso, o mercado tinha como disponibilidade apenas a produção da Taurus.
Sendo assim, Bolsonaro escreveu o decreto que interrompesse esse monopólio. Contudo, a medida foi tomada, principalmente, por conta de reclamações sobre a qualidade dos produtos da fabricante.
Ações voláteis
Apesar da queda de 6% nesta sexta, no dia da assinatura do decreto, as ações da Taurus avançaram 24% na Bolsa. Dessa forma, fica evidente uma característica de volatilidade da empresa.
Saiba Mais: Taurus diz estar pronta para atender demanda após decreto das armas
Sendo assim, confira abaixo algumas datas nas quais as ações preferenciais apresentaram grande volatilidade.
- 4 de setembro de 2018: alta de 23,95% a R$ 2,95.
- 19 de setembro de 2018: alta de 22,58% a R$ 4,18.
- 20 de setembro de 2018: alta de 26,79% a R$ 5,30.
- 25 de setembro de 2018: baixa de 15,58% a R$ 3,74 (no dia anterior, Ibope havia divulgado pesquisa com avanço de intenção de voto no candidato do PT, Fernando Haddad).
- 2 de outubro de 2018: alta de 18,64% a R$ 4,90.
- 17 de outubro de 2018: alta de 17,36% a R$ 7,30.
- 18 de outubro de 2018: alta de 26,99% a R$ 9,27.
- 29 de outubro de 2018: baixa de 25,91% a R$ 8,15 (votação do segundo turno das eleições ocorreu em 28 de outubro).
- 14 de dezembro de 2018: alta de 24,25% a R$ 4,15 (a Taurus realizou uma reunião com investidores nesta data, para explicar mudanças estruturais na empresa e comentar os resultados dos três primeiros trimestres de 2018).
- 18 de dezembro de 2018: baixa de 15,63% a R$ 4,28 (em vídeo divulgado no Youtube, Bolsonaro afirmou que a partir da posse “teremos problemas pela frente, sim, mas acredito em Deus e no apoio de vocês”).
- 2 de janeiro de 2019: alta de 47,65% a R$ 4,78 (posse da presidência da República de Bolsonaro havia ocorrido no dia anterior).
- 8 de janeiro de 2019: alta de 15,59% a $ 7,34.
- 15 de janeiro de 2019: baixa de 22,29% a R$ 6,45 (Bolsonaro assinou decreto que facilita a posse de armas).
- 16 de janeiro de 2019: baixa de 21,24% a R$ 5,08.
- 30 de janeiro de 2019: alta de 22,45% a R$ 5,40 (Bolsonaro foi liberado do hospital após passar por cirurgia).