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Taurus (TASA4) quer “fazer reserva” para pagar mais dividendos 2023, diz CEO

Taurus (TASA4)

Taurus (TASA4). Foto: Reprodução Instagram

Na noite de terça-feira (8), a Taurus Armas (TASA4) divulgou os resultados do 3T22. A companhia registrou lucro líquido de R$ 103,1 milhões, 38% menor que o 3T21.

O CEO da Taurus Armas, Salesio Nuhs, afirmou que a partir do 4T22 , a empresa vai fazer uma reserva para pagar dividendos mais frequentes.

Além disso, é possível que a Taurus anuncie um plano de recompra de ações.

Os últimos dividendos da Taurus totalizaram R$ 194 milhões, advindos do lucro líquido de 2021. O CEO explica que a companhia vai pagar no mínimo 35% do lucro líquido ajustado, podendo ainda elevar esse percentual, conforme a disponibilidade de caixa, e assim repetir o movimento do ano anterior.

O lucro líquido acumulado da Taurus até setembro é de R$ 399,0 milhões. O foco da empresa, segundo Nuhs, está na remuneração dos acionistas.

3T22: “Resultado esperado”

A Taurus produziu 412 mil armas no 3T22, contra 615 mil no 3T21. As vendas também tiveram uma diminuição, com 474 mil armas no 3T22 em comparação a 619 mil no 3T21.

Foto: Reprodução/Taurus
Foto: Reprodução/Taurus

O CEO da Taurus Armas, Salesio Nuhs, afirmou em entrevista ao Suno Notícias que os resultados eram esperados, pela desaceleração no mercado dos Estados Unidos, país que é =carro-chefe entre os compradores da empresa.

O executivo avalia que 2021 foi um “ponto fora da curva” por questões sociais, políticas e também devido à pandemia, que fez aumentar o consumo no mercado de armas de fogo nos EUA.

Entretanto, a Taurus está confiante de fechar 2022 com lucro maior do que o de 2021. Nos primeiros 9 meses, o lucro líquido da companhia soma R$ 399 milhões, diferença de 6,8% para os R$ 428,1 milhões dos primeiros 9 meses de 2021.

Taurus e prováveis mudanças no novo governo 

O CEO não vê impactos relevantes na operação da Taurus com relação ao novo governo a partir de 2023. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou em campanha sobre uma provável política de menor flexibilização de armas.

Como primeiro ponto para sustentar essa tese, Nuhs disse que o principal mercado atuante da Taurus ainda é o norte-americano.

“Vamos sempre nos beneficiar do mercado americano, que é importante para a gente. Nós não somos um coadjuvante no mercado americano. Nós somos o maior vendedor de armas leves do mundo e a primeira marca importada pelos americanos”, disse Nuhs.

Como segundo ponto, as vendas no Brasil da Taurus não são exclusivamente do público abordado durante o antigo governo, os CACs (Caçadores atiradores e colecionadores), diz o CEO.

O executivo explica que os principais compradores brasileiros da Taurus são civis que optam pela legítima defesa e são em maior quantidade do que os CACs. A Taurus também fornece para o mercado de segurança pública do Brasil, tendo polícias estaduais e municipais como clientes.

O terceiro ponto destacado pelo executivo é o fato de  a Taurus Armas ser uma empresa global, atuando em diferentes mercados e países ao redor do globo.

Mercado indiano

O CEO também chama a atenção para a atuação da Taurus na Índia, que deve ter novidades positivas em 2023.

Recentemente, foi publicado um edital para a aquisição pelo Ministério de Defesa da Índia de mais de 420 mil fuzis, a maior licitação desse tipo de arma realizada no mundo nos últimos anos, diz a companhia.

“Pretendemos participar dessa licitação e, para tal, já enviamos, em 21 de outubro, o RFI (Request for Information) com todos os dados solicitados”, diz a Taurus em relatório.

Nuhs diz que o produto da Taurus foi aprovado e a empresa agora está aguardando o processo burocrático da licitação. “Evidentemente que terão outros concorrentes, porém eles são limitados porque precisam ter uma operação na Índia, que é o caso da Taurus, que tem uma operação de transferência de tecnologia na Índia”, diz o CEO.

A Taurus também vai ter uma nova unidade industrial na Índia, em joint-venture com o Jindal Group. A primeira fase de criação da infraestrutura está concluída.

Além disso, a empresa segue mapeando futuras licitações, como:

Cotação

As ações da Taurus fecharam em queda de 4,32% nesta quarta-feira (9), cotadas a R$ 14,16.

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