Brasil tem que negociar com EUA sobre tarifas, diz ministro da Agricultura

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu que o Brasil continue priorizando as negociações com os Estados Unidos em meio à nova política de tarifas de comércio exterior adotadas pelos Estados Unidos sob ordem do presidente Donald Trump.

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“Temos que procurar a mesa de negociação como fator primordial. Os produtores e a agroindústria brasileira são muito competitivos. Ninguém no mundo consegue oferecer a sanidade dos nossos produtos e garantia de fornecimento como o Brasil tem”, afirmou Fávaro, que vê um espaço propício para os produtores brasileiros no comércio global.

Em relação à pausa anunciada hoje por Trump de 90 dias na adoção das tarifas recíprocas, ao mesmo tempo em que elevou para 125% a taxa cobrada de produtos chineses, Fávaro afirmou que considera as ações do governo americano uma “trampolinagem” e classificou as medidas de Trump como heterodoxas e de destempero. Ao mesmo tempo, avaliou a postura brasileira como “multilateral”.

O adjetivo também foi usado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista concedida em Honduras, onde participa da cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ele disse que a postura de Trump pretende “colocar fim no multilateralismo” ao defender que os EUA realizem negociações individuais com cada país.

“O multilateralismo é muito importante para a tranquilidade econômica que o mundo precisa. E é muito importante que as pessoas entendam que não é aceitável a hegemonia de um país, nem militar, nem cultural, nem industrial, nem tecnológica, nem econômica”, disse Lula.

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Tarifas: Lula defende “reciprocidade” e negociação

O presidente, ao mesmo em que defendeu que a postura do Brasil seja de “dar reciprocidade”, ressaltou que políticos e diplomatas brasileiros já conversaram com os negociadores de Trump. “Ou nós vamos para a Organização Mundial do Comércio (OMC) brigar, onde é o direito da gente brigar, ou a gente vai dar reciprocidade. É o mínimo que se espera de um país, que tenha dignidade e soberania”, declarou.

Lula explicou, contudo, que ainda não há “medida prática” contra os EUA porque o Brasil vai “utilizar todas as palavras de negociação que o dicionário permitir”. “Quando acabar a palavra negociação, nós vamos tomar as decisões que entendermos que sejam cabíveis. O Brasil é um país que não tem contencioso, não queremos brigar. Tudo no Brasil é feito na base da conversa, na base de uma mesa de negociação”, completou.

O Brasil acabou no grupo dos países com menor tarifa, de 10%, que será a taxação geral adotada pelos EUA durante a pausa de 90 dias anunciada por Trump. Alguns setores, no entanto, como a produção de aço e alumínio, contam com tarifas específicas adotadas em outras medidas protecionistas tomada pelo governo norte-americano.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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