EUA anuncia tarifa adicional de 50% sobre a China; Ibovespa cai e dólar sobe
O governo dos EUA vai começar a cobrar tarifa adicional de 50% sobre os bens importados da China a partir da meia-noite desta quarta-feira (9), segundo informações da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

A notícia impactou diretamente a bolsa brasileira, que reverteu a tendência de alta apresentada pelo Ibovespa pela manhã. O índice renovou mínima aos 124.210,50 pontos, com recuo de 1,10%, diante da perda de ímpeto da alta das bolsas americanas, que chegaram a superar 3,00% pela manhã e voltaram a cair à tarde. Às 15,23, o Ibovespa cedia 0,70%, aos 124.711,73 pontos.
No caso dos juros futuros, as taxas aceleravam as altas, em sintonia com os Treasuries norte-americanos. O dólar à vista tocou a marca de R$ 6,00 pela primeira vez desde janeiro, quando a máxima intradia foi de R$ 6,0028, depois da posse do presidente dos EUA, Donald Trump. Às 15h25, o dólar à vista subia 1,18%, a R$ 5,9810.
EUA anuncia tarifa adicional: entenda o cenário
“O presidente quer fazer um acordo com a China, mas não sabe como começar”, disse Leavitt em entrevista coletiva nesta terça-feira (8). “Se a China fizer um acordo, o presidente ficará afável”, afirmou.
As discussões se acirraram na semana passada, quando Trump anunciou uma tarifa de 37% para a importação de produtos chineses, como parte de seu pacote de proteção à indústria norte-americana. Dois dias depois, a China alegou reciprocidade e anunciou a mesma tarifa para os importados vindos dos EUA.
Trump, por sua vez, rebateu e ameaçou a tarifa adicional de 50%, que, na prática, faria o imposto de importação de produtos chineses chegar a até 104%. Segundo o líder norte-americano, essa tarifa adicional seria abandonada se o gigante asiático retirasse a sua taxação, o que até agora não aconteceu.
Leavitt disse que as negociações sobre as tarifas vão priorizar aliados e parceiros estratégicos dos EUA. As negociações serão no modelo one-stop (completas), o que significa que a presença militar e ajuda estrangeira serão pontos considerados nas discussões, disse a porta-voz.
Com Estadão Conteúdo