Os candidato Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) irão se enfrentar no segundo turno da disputa pelo governo de São Paulo, no dia 30 de outubro.
O Suno Notícias apurou quais as principais propostas de Haddad e Tarcísio para a área econômica, com base nos planos de governo dos candidatos protocolados junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Veja abaixo.
Propostas de Haddad
O petista lista em seu plano de governo de 35 páginas apresentado ao TSE uma série de medidas que pretende adotar em seu governo na área econômica.
A primeira proposta de Haddad que consta no documento, é a de implementar políticas públicas que permitam a geração de trabalho e do emprego e renda, o que chama de desenvolvimento econômico e sustentável.
Para essa geração de empregos, o objetivo de Haddad é investir em obras públicas e parcerias público-privadas em infraestrutura.
O petista pretende promover um novo ciclo de investimentos, com a articulação entre setor público, privado, aparato científico-tecnológico e sistema de crédito, para criação de postos de trabalho de maior remuneração.
Haddad defende a ampliação da concessão de apoio financeiro e crédito a micro e pequenos empresários e a empreendimentos de economia solidária.
“Precisamos resgatar o papel do Banco do Povo e fortalecer a Desenvolve SP, ampliar as concessões de crédito, em especial para as micro e pequenas empresas, que possuem mais dificuldade em acessar o sistema de crédito nacional e representam 42% dos estabelecimentos produtivos do estado”, argumenta, no plano de governo.
A inovação e inclusão digital serão também frentes importantes de estímulo à criação de postos de trabalho de maior qualidade e remuneração, em especial para a juventude.
“Vamos fomentar a criação, ampliação e desenvolvimento de startups e empresas inovadoras em articulação com o fortalecimento dos parques tecnológicos já existentes, estímulo à criação de novos, e articulação com a rede de ensino técnico”.
O candidato fala em investir na inovação, na ciência, na tecnologia e na reindustrialização em novas bases.
Também fala em transição para uma economia digital e ecologicamente sustentável como determinantes fundamentais para a competitividade da economia paulista.
“Precisamos construir soluções para a guerra fiscal, que tem provocado a evasão produtiva do estado e perda de empregos para outros estados e países. Vamos apoiar, aprofundar e expandir experiências muito exitosas de produção de energia limpa, por exemplo, de fazendas de geração de energia solar na região Oeste do estado, assim como o protagonismo nacional na geração de energia a partir de biomassa, em especial nas regiões central e norte, a partir, sobretudo, do bagaço de cana”, pontua.
O petista critica a gestão do ex-governador tucano João Dória e alega que esta foi marcada pelo afastamento cada vez maior da função do Estado como planejador, investidor e indutor do desenvolvimento.
Haddad defende a ampliação e qualificação dos serviços públicos como uma forma de geração de emprego.
Se eleito, quer articular políticas de geração de renda e aproveitamento do poder de compra do setor público, com o Sistema Único de Assistência Social e programas de alimentação que articulem e apoiem a agricultura familiar.
Haddad também fala em combate à desigualdade.
“É nosso compromisso combater a discriminação no mercado de trabalho, por meio de programas de geração de emprego e renda com justiça social”, pondera.
Propostas de Tarcísio
O plano de governo de Tarcísio, de 43 páginas, está dividido em três eixos: desenvolvimento social, desenvolvimento urbano e meio ambiente e desenvolvimento econômico e inovação. Ao todos, são 142 propostas.
Na área econômica, o candidato promete reduzir as alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e do IPVA (Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor), além da taxa de licenciamento de veículos.
Tarcísio também defende ampliar projetos de segurança alimentar e de transferência de renda, intensificar a criação de emprego em regiões vulneráveis.
Em seu plano de governo, o candidato fala em estimular a formalização de atividades econômicas dentro das favelas, ampliar e facilitar o acesso a crédito pelo Banco do Povo.
Além disso, cita ampliar a cooperação com Sebrae e outras entidades junto às MPE e MEIs para estimular projetos viáveis economicamente, com foco em inovação.
“Vamos ampliar linhas de microcrédito específicas para o empreendedorismo feminino, atreladas a programas de capacitação técnica e de gestão”, diz.
O aumento da competitividade no setor produtivo também está entre as propostas de Tarcísio.
“Algumas alavancas de transformação devem ser acionadas, como a disponibilidade de energia com custo competitivo, infraestrutura para implantação e distribuição da produção, disponibilidade de crédito justo e acessível, capital humano, ambiente inovador, redução do custo SP, além da revisão do sistema tributário atual”, pontua.
Tarcísio fala em economia criativa como uma forma de aproveitar a cultura como um desenvolvedor econômico para o estado. Seu plano de governo fala em abrir novas unidades do Programa Fábricas de Cultura no interior do estado, preservação do patrimômio museológico, além de fomentar a circulação de espetáculos culturais, como teatro, música e dança.
Na área de infraestrutura, defende fomentar aeroportos e voos regionais, concluir obras do Rodoanel Norte, ampliar linhas de metrô em São Paulo, implementar o trem Intercidades, contratando a operação da linha entre Americana e São Paulo e iniciar estudos e projetos para segunda linha, ligando Sorocaba a São José dos Campos.
Tarcísio se compromete a fazer uma política setorial de transportes de longo prazo para ampliar a participação dos modais ferroviário e aquaviário. Além disso, diz apoiar a concessão de privatização dos aeroportos de Congonhas, Campo de Marte e dos Portos de Santos e São Sebastião.
O candidato fala em aumentar oferta de habitação com fomento do Estado e parcerias com a iniciativa privada e aprimorar e intensificar programas estaduais de habitação.
Tarcísio também pretende adotar meios de pagamento digital (Pix, cartão de crédito e cartão de débito) para todas as custas, tarifas e tributos que o cidadão tiver que pagar ao Poder Público.
Com Laís Seguin e Laura Intrieri.
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