A Taesa (TAEE11) vem passando por um período fora dos leilões, em linha com a sua alta alavancagem. No entanto, nesta sexta-feira (27), a transmissora pode participar de um certame que tem potencial de atrair R$ 3,3 bilhões em investimentos.
A última vez que a Taesa arrematou um bloco em leilão foi em 2022. Isso acontece pois a companhia enfrenta um cenário de aumento das despesas e alta alavancagem. Assim, a participação em leilões não vem sendo um bom negócio para a TAEE11, uma vez que arrematar um lote, na prática, significa se alavancar ainda mais, uma vez que o retorno desse investimento demora a acontecer.
Mas, de acordo com o Bank of America, apesar dessa alta alavancagem, a participação da companhia é esperada no leilão de transmissão dessa sexta-feira, considerando que seu plano de capex atual termina em 2025-26.
O certame pode gerar R$ 550 milhões em receita anual, e de acordo com a casa, o perfil de risco-retorno é considerado atrativo nas condições estabelecidas pela agência reguladora.
O relatório estima uma taxa interna de retorno real (IRR) de aproximadamente 8%, assumindo um desconto de 30% nas receitas máximas permitidas e uma eficiência de 15% na execução de capex.
Os analistas destacam uma tendência de competição menos acirrada em leilões recentes. Nos últimos quatro certames, diz a casa, o desconto médio foi de 42% em relação às receitas máximas, comparado a uma média de 52% nos leilões de 2018-2022.
De acordo com o BofA, isso reflete o cenário de juros mais altos no Brasil e uma menor eficiência em relação aos níveis regulatórios de capex e O&M. Para este leilão, a expectativa dos analistas é que a competição continue moderada, mas com criação limitada de valor presente líquido (NPV).
Além da Taesa, os principais concorrentes previstos pelo Bank of America são Copel (CPLE) e Engie Brasil (EGIE). A Copel, em particular, é vista como favorita para o Bloco 1 devido a sinergias com outros ativos no estado do Paraná.