A Taesa (TAEE11) comunicou que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) concedeu a licença prévia para a subestação Santa Luzia III, referente às instalações da concessão Tangará.
Localizado nos Estados de Maranhão e Pará, o Tangará é um empreendimento referente ao lote 3 do leilão de transmissão realizado em dezembro de 2022, 100% controlado pela Taesa, com extensão de aproximadamente 279 quilômetros de linhas de transmissão, sendo 72 quilômetros de circuito duplo.
O Tangará apresenta uma receita anual permitida (RAP) total de R$ 104,7 milhões para o ciclo 2023-2024 e um investimento Agência Nacional de Energia Elétrica (capex Aneel) de R$ 1,1 bilhão. O prazo estipulado pela Aneel para energização de Tangará, segundo a Taesa, é março de 2028.
Taesa (TAEE11) “diversifica estratégias”, mas banco recomenda venda das ações; veja motivos
Após investor day da Taesa, o BTG Pactual manteve recomendação de venda para a companhia, com preço-alvo de R$ 34, ante a cotação atual de R$ 36. Segundo o banco, os leilões de transmissão ainda são o principal impulsionador de crescimento da empresa.
Contudo, a Taesa informou que não vai participar do leilão de linhas de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em dezembro. “A companhia espera que seja dominado por empresas que já operam linhas de alta voltagem (ou seja, Eletrobras (ELET3) e State Grid)”, diz o BTG.
No investor day, a Taesa informou que iniciou estudos para o leilão de março de 2024, que contará com R$ 18 bilhões em RAP (Receita Anual Permitida) distribuídos em 15 blocos de tamanhos variados. A competição deve ser intensa, segundo o BTG, com cortes médios de 40 a 50% no RAP.
“A administração da Taesa acredita que pode garantir bons retornos por meio de uma extensa due diligence pré-leilão, incluindo acordos preliminares com fornecedores, hedge de materiais, mapeamento de sinergias e planejamento ambiental e fundiário”, apontam os analistas.
Em relação aos dividendos da Taesa, a administração não planeja alterar a métrica da política da empresa para ganhos regulatórios (em comparação com o IFRS atualmente) e ainda espera que os resultados do Ifiquem parelhos a curto prazo devido à normalização do IGP-M. A empresa, diz o BTG, também não projeta que as isenções de juros sobre capital próprio e imposto presumido sejam eliminadas completamente.
Outro ponto destacado é que, com R$ 3,5 bilhões em capex a serem investidos nos próximos anos, a Taesa espera atingir uma alavancagem máxima de aproximadamente 4x no final deste ano, em comparação com 3,7x no 3T23.
Taesa: companhia está diversificando estratégias, diz BTG
A Taesa está diversificando suas estratégias de crescimento além dos greenfields, considerando outras oportunidades, tais como:
- (1) Ativos Brownfield: Dependendo da localização, sinergias operacionais e incentivos fiscais, a empresa avalia a viabilidade de aquisições de ativos brownfield.
- (2) Novos projetos: aprovados pela ANEEL, a empresa tem R$400 milhões destinados a quatro projetos, com uma relação RAP/capex de 14% a 15%. O período médio de conclusão é de 30 meses.
Com as principais concessões da Taesa previstas para expirar entre 2030-32, a empresa está buscando novas oportunidades para compensar possíveis queda de receitas, incluindo avaliação de renovações.
O crescimento significativo na geração de energia renovável, especialmente em áreas afastadas dos centros de carga, deve beneficiar naturalmente o setor de transmissão, aponta o BTG.
Nesse contexto, a administração destacou a previsão da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) de R$ 160 bilhões em investimentos em transmissão ao longo da próxima década. Quanto às baterias e outras tecnologias de armazenamento, a Taesa acredita que estão em estágios iniciais e ainda carecem de regulamentação adequada.
Desempenho das ações da Taesa
Cotação TAEE11