Taesa (TAEE11): lucro regulatório tem queda de 22,2% no 4T23, para R$ 301,1 milhões
A Taesa (TAEE11) registrou lucro líquido regulatório de R$ 301,1 milhões no quarto trimestre de 2023, o que representa queda de 22,2% ante o mesmo intervalo em 2022, segundo balanço divulgado nesta quarta (6). Pelo critério IFRS, a transmissora de energia reportou salto de R$ 22 milhões para R$ 481,7 milhões – uma disparada de 2.001,2% entre o quarto trimestre de 2022 e o de 2023.
O mercado esperava que o lucro da Taesa fechasse em R$ 469 milhões no período, pelo IFRS, segundo o consenso Bloomberg.
Segundo o balanço da Taesa, a companhia anotou um crescimento anual de 4,3% no lucro líquido regulatório – que reflete a geração de caixa da companhia e segue padrões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) -, registrando R$ 1,09 bilhão em 2023. Em 2022, esse número foi de R$ 1,04 bi.
Já o lucro IFRS do acumulado do ano passado chegou a R$ 1,367 bilhão, retração de 5,6% em comparação ao reportado em 2022.
A receita líquida regulatória subiu 9% e o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 8,5% no acumulado de 2023, chegando a R$ 2,4 bilhões e R$ 2,0 bilhões, respectivamente. A margem Ebitda, diz a empresa, ficou 84,1% (-0,4 pp contra 2022).
O Ebitda regulatório da Taesa no 4T23 totalizou R$ 484,2 milhões, aumento anual de 4,2%. A margem Ebitda ficou em 81,8% no trimestre (-1,5pp contra o 4T22) – afetada, segundo a companhia, “principalmente pelo reajuste negativo do IGPM para o ciclo da RAP 2023-2024 nos contratos de categoria 2 e pela redução de 50% da RAP (Receita Anual Permitida) da concessão ATE III.”
A receita líquida da Taesa totalizou R$ 592 milhões no 4T23, crescimento anual de 6,1%, “explicado
principalmente pelo início da operação de Saíra (1ª fase), entrada em operação de novas fases de
Sant’Ana (~95% da RAP total habilitada), pelo reajuste inflacionário em IPCA do ciclo da RAP 2023-
2024, e por uma menor Parcela Variável.” Segundo a empresa, “esses efeitos foram compensados em parte pelo reajuste negativo do IGP-M das concessões de categoria 2 e pela queda de 50% da RAP da ATE III, a última concessão de categoria 2 sujeita a esta redução.”
A receita líquida IFRS do 4T23 da Taesa somou R$ 1,304 bilhão, aumento de 156% em relação à mesma etapa em 2022.
O desempenho do resultado IFRS na comparação entre 4T23 e 4T22 é explicado pelo seguintes motivos, segundo a elétrica:
- Maiores índices macroeconômicos registrados entre os períodos comparados, mais especificamente o IGP-M que registrou inflação acumulada no trimestre (IGP-M: +1,47% 4T23 versus deflação de -2,46% 4T22), com reflexo direto na receita de correção monetária do ativo contratual das concessões de categoria 2 da companhia, com impacto naturalmente nas empresas controladas em conjunto e coligadas.
- Aumento anual na margem de implementação de infraestrutura em função dos maiores investimentos principalmente em Ananaí, Tangará e nos reforços relevantes na Novatrans e TSN.
- Aumento nas receitas de remuneração do ativo contratual, de correção monetária e de O&M para os novos projetos que entraram em operação entre 2022 e 2023 (Saíra, Sant’Ana, Ivaí, Aimorés e Paraguaçu).
- Melhora de R$ 25,7 MM na Parcela Variável, entre 4T23 e 4T22, em função de provisão de PV no 4T22 (e revertida no 1T23) referente a queda de torres na Novatrans, em dezembro de 2022, decorrente de depredações de bens públicos por ato de sabotagem ao SIN.
- “Estes efeitos foram compensados pelo aumento de 20,4% na despesa financeira líquida decorrente basicamente do aumento do volume médio da dívida, compensado em parte pelo menor IPCA e CDI observados entre os períodos comparados”, reforça a Taesa.
Despesas e dívida da Taesa
A companhia apurou aumento de 20,5% nas despesas financeiras líquidas entre o 4T23 e o 4T22, para R$ 196,3 milhões, resultado basicamente da alta do volume médio da dívida, compensado em parte pelo menor IPCA e CDI observados entre os períodos comparados.
Em 31 de dezembro de 2023, a dívida bruta da companhia era R$ 9,8 bilhões, avanço de 3,1% contra o trimestre imediatamente anterior. O caixa da companhia ficou em R$ 1,3 bilhão (redução de 1,3% versus 3T23), resultando em uma dívida líquida de R$ 8,5 bilhões (aumento de 3,8% no trimestre).
“A relação da dívida líquida/EBITDA da Taesa, consolidando proporcionalmente as empresas controladas em conjunto e coligadas, se manteve em 3,7x (em linha com o 3T23 e com o 4T22)”, diz a elétrica.
Empresa propõe dividendos
O Conselho de Administração da Taesa aprovou a proposta de destinação do lucro do exercício de 2023, que será submetida para aprovação da Assembleia de Acionistas e inclui R$ 329,3 milhões em dividendos intercalares e R$ 416,7 milhões (R$ 1,21/Unit) em Juros sobre Capital Próprio (JCP). A companhia propõe R$ 390,3 milhões em dividendos adicionais a serem pagos em maio de 2024.