Após os últimos resultados trimestrais e as sinalizações mais recentes da Taesa (TAEE11), o mercado segue cauteloso com relação às ações da companhia e projeta uma retração no patamar de proventos pagos aos acionistas.
Conforme dados atualizados do Status Invest, os dividendos da Taesa representam um dividend yield (DY) de 6,3% – dado que foram pagos R$ 2,24 por unit nos últimos 12 meses.
Especialistas do BTG Pactual, que recomendam venda de TAEE11, projetam que o yield da companhia deve cair para 4,8% neste ano de 2024.
A tese da casa é de que a companhia deve seguir pressionada pelo seu patamar de alavancagem e também pelo custo de capital com novos projetos.
Atualmente, a Taesa é a mais alavancada dentre os pares (3,7x Dívida Líquida/Ebitda).
Em recente relatório, a alavancagem da Taesa foi um dos motivos para o Itaú BBA projetar dividendos da companhia mais fracos para 2025 em comparação com os anos anteriores.
“Esperamos que a alavancagem da Taesa permaneça alta nos próximos anos (4x Dívida Líquida/Ebitda), dada a grande quantidade de capex a ser implementada para os projetos em construção”, diz o BBA, que recomenda venda das ações, com preço-alvo de R$ 35,95.
Último resultado da Taesa
No mais recente resultado da Taesa, referente ao quarto trimestre de 2023 (4T23) a companhia registrou lucro líquido regulatório de R$ 301,1 milhões, o que representa alta de 22,2% ante o mesmo intervalo em 2022.
Pelo critério IFRS, a transmissora de energia reportou salto de R$ 22 milhões para R$ 481,7 milhões – uma disparada de 2.001,2% entre o quarto trimestre de 2022 e o de 2023.
O mercado esperava que o lucro da Taesa fechasse em R$ 469 milhões no período, pelo IFRS, segundo o consenso Bloomberg.
Segundo o balanço da Taesa, a companhia anotou um crescimento anual de 4,3% no lucro líquido regulatório – que reflete a geração de caixa da companhia e segue padrões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) -, registrando R$ 1,09 bilhão em 2023. Em 2022, esse número foi de R$ 1,04 bi.
Já o lucro IFRS do acumulado do ano passado chegou a R$ 1,367 bilhão, retração de 5,6% em comparação ao reportado em 2022.
A receita líquida regulatória subiu 9% e o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 8,5% no acumulado de 2023, chegando a R$ 2,4 bilhões e R$ 2,0 bilhões, respectivamente. A margem Ebitda, diz a empresa, ficou 84,1% (-0,4 pp contra 2022).
O Ebitda regulatório da Taesa no 4T23 totalizou R$ 484,2 milhões, aumento anual de 4,2%. A margem Ebitda ficou em 81,8% no trimestre (-1,5pp contra o 4T22) – afetada, segundo a companhia, “principalmente pelo reajuste negativo do IGPM para o ciclo da RAP 2023-2024 nos contratos de categoria 2 e pela redução de 50% da RAP (Receita Anual Permitida) da concessão ATE III.”
A receita líquida da Taesa totalizou R$ 592 milhões no 4T23, crescimento anual de 6,1%, “explicado
principalmente pelo início da operação de Saíra (1ª fase), entrada em operação de novas fases de
Sant’Ana (~95% da RAP total habilitada), pelo reajuste inflacionário em IPCA do ciclo da RAP 2023-
2024, e por uma menor Parcela Variável.”
Segundo a empresa, “esses efeitos foram compensados em parte pelo reajuste negativo do IGP-M das concessões de categoria 2 e pela queda de 50% da RAP da ATE III, a última concessão de categoria 2 sujeita a esta redução.”
A receita líquida IFRS do 4T23 da Taesa somou R$ 1,304 bilhão, aumento de 156% em relação à mesma etapa em 2022.