As companhias elétricas são historicamente populares no mercado financeiro pelos dividendos atraentes que costumam pagar. É o caso da Taesa (TAEE11), Cemig (CMIG4) e demais empresas que figuram em carteiras recomendadas de dividendos.
O Suno Notícias analisou quatro carteiras de dividendos para este mês de abril. Em todas elas, ao menos um ticker de empresas de energia aparece na listagem, como é possível conferir na tabela abaixo.
Elétricas nas carteiras de dividendos de abril
As carteiras recomendadas de dividendos das quatro instituições financeiras abaixo (BB-BI, Santander, XP e BTG) são compostas por cerca de 10 ações cada. Entre elas, as empresas de energia presentes são:
BB-BI | Santander | XP | BTG | |
Cemig (CMIG4) | CPFL Energia (CPFE3) | Cemig (CMIG4) | Copel (CPLE6) | |
Engie (EGIE3) | Eletrobras (ELET6) | Copel (CPLE6) | ||
Isa Cteep (TRPL4) | Taesa (TAEE11) |
Esse apetite pelo investimento nos dividendos das elétricas acontece, principalmente, pela forma como o setor funciona, explica Bernardo Viero, analista CNPI da Suno Research.
“Os modelos de negócios no setor elétrico têm demanda recorrente. São baseados em contratos de longo prazo, têm facilidade no repasse da inflação e geram muito caixa por concentrarem a imensa maior parte dos investimentos apenas no período de construção dos projetos”, diz Viero.
Segundo o analista, a maior parte das empresas listadas já são maduras – geram resultados previsíveis e robustos, as levando ao caminho natural dos dividendos.
DY da Taesa (TAEE11), Engie (EGIE3) e mais
Das ações mencionadas acima nas carteiras, a maior projeção de dividend yield para 2024 é da XP para a Taesa (TAEE11), com 10,3% no ano. Atrás dela, a CPFL Energia (CPFE3) e Cemig (CMIG4) ficam empatadas, com 9,0%.
Confira a seguir as expectativas das casas para cada uma das companhias:
BB-BI:
- Cemig (CMIG3): 7,7%
- Engie (EGIE3): 7,3%
- Isa Cteep (TRPL4): 8,1%
Santander:
- CPFL Energia (CPFE3): 9,0%
- Eletrobras (ELET3): 2,87%
XP:
- Cemig (CMIG4): 9,0%
- Copel (CPLE6): Restrito
- Taesa (TAEE11): 10,3%
BTG:
- Copel (CPLE6): 3,9%
Na Suno Research, Viero lembra que atualmente duas empresas bem vistas pela casa são a Engie (EGIE3) e Eletrobras (ELET3). “São duas empresas com prazos médios ponderados de concessões muito longos, endividamento controlado e, além disso, crescimento contratado para o curto e médio prazo,” comenta o analista.
Ações de elétricas derretem na quinta-feira (11)
Nesta quinta-feira (11), a queda nos preços de energia derrubou o valor das ações de várias destas companhias transmissoras de energia na bolsa de valores.
“A queda nos preços de energia retornou um pouco o temor sobre a remuneração que as geradoras irão receber nas renovações dos contratos atuais e contratações das parcelas disponíveis”, explicou o analista da Suno Research.
Entre as empresas, a Eletrobras (ELET3) foi a mais punida pelo mercado, chegando a perder cerca de 5% no papel. Nesta sexta-feira (12), contudo, a companhia voltou a recuperar valor no mercado, com alta de 0,85%.
“A Eletrobras é uma das geradoras com mais energia descontratada, ela está mais exposta a esse cenário e acabou sendo mais punida pelo mercado,” comenta Viero.
Apesar da queda generalizada, as units da Taesa (TAEE11) e Isa Cteep (TRPL4) conseguiram nadar contra a maré de baixa, capturando leves altas.