A Taesa (TAEE11) encerrou o primeiro trimestre de 2024 (1T24) com lucro líquido IFRS de R$ 374 milhões. Para os analistas os resultados foram neutros, uma vez que ficaram ligeiramente abaixo das expectativas. Nesta quinta-feira (09), as ações do Taesa caíram 2,36% no Ibovespa, cotadas R$ 34,97.
“Temos uma avaliação relativamente neutra do resultado da Taesa no 1T24, uma vez que ficou abaixo de nossas expectativas. A redução da margem Ebitda (-4,2p.p. na base anual) pode ser explicada por um evento pontual em Janaúba e pelo ajuste negativo da inflação no ciclo RAP 2023-2024 para as concessões indexadas ao IGP-M”, explica a XP.
Segundo o Safra, o lucro líquido regulatório da Taesa ficou em R$ 193 milhões (queda de 10,3% no trimestre) – 2,0% abaixo da estimativa do banco e 19,8% inferior ao consenso.
As despesas operacionais reportadas foram impulsionadas pelo início de novos projetos, aumentando 13,5% em relação ao último trimestre, com maior pressão vindo dos custos de serviços de terceiros, informam os analistas. A alavancagem da Taesa aumentou para 3,8x dívida líquida/EBITDA em relação aos 3,7x do último trimestre.
Neste contexto, a XP não vê nenhum gatilho para crescimento no curto prazo. A Research manteve sua recomendação neutra para os papéis da companhia, com um preço-alvo de R$ 38/ação. Já o Safra tem recomendação de venda para as ações da Taesa.
Dividendos da Taesa: analistas avaliam mudança da política de rendimentos
A Taesa anunciou que mudará sua política de dividendos e usará seu lucro líquido regulatório em vez do IFRS. Em 2024, o payout deve ser de pelo menos 75% de seus lucros e, a partir de 2025, os dividendos mínimos da Taesa ficarão na faixa de 90% a 100% do lucro líquido.
“Acreditamos que seja uma medida correta por parte da administração da companhia, uma vez que os números regulatórios estão mais próximos da geração de caixa do que o IFRS”, comenta a XP.
Por outro lado, segundo a casa, a ação pode sofrer, já que os números regulatórios devem ser menores nos próximos trimestres do que o IFRS.
“Além disso, a política não altera os níveis mínimos de distribuição de 50% dos resultados conforme o IFRS. Consequentemente, prevemos maiores índices de alavancagem para a Taesa no futuro, como resultado de práticas de pagamento mais altas”, acrescenta o Safra.
Na visão do banco, a orientação de pagamento mais alta (em relação à nossa estimativa de 50% dos resultados regulatórios) deve implicar em maior alavancagem no futuro (estima-se a dívida líquida/EBITDA regulatório de 4,3x em 2025 com a nova política).
Lucro líquido regulatório vai a R$ 193,2 mi no 1T24
A Taesa encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido IFRS de R$ 374,0 milhões, o que representa uma queda de 3,3% ante o apurado no mesmo intervalo do ano passado. Já o lucro líquido regulatório foi de R$ 193,2 milhões, redução de 10,3% na mesma base de comparação.
O balanço da Taesa é elaborado de acordo com as práticas contábeis do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS), definidas como Resultado Regulatório e Resultado IFRS”, explica o documento da empresa de energia.
“O primeiro trimestre de 2024 da Taesa apresentou um resultado dentro do esperado com a entrada em operação de projetos que têm sido fundamentais para o sucesso do nosso negócio. Contamos com um novo e importante ciclo de investimentos para a entrega de mais 4 empreendimentos greenfield e 7 reforços de grande porte”, diz a companhia.
O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) da Taesa no 1T24 pela norma IFRS alcançou R$ 558,2 milhões, redução de 2,0% em base anual de comparação. Por sua vez, o Ebitda regulatório totalizou R$ 485,0 milhões, apresentando queda anual de 7,1%. A margem Ebitda ficou em 83,0% no trimestre, diminuição de 4,2 pontos porcentuais ante o primeiro trimestre de 2023.
“Isso ocorreu em função principalmente de um evento pontual em Janaúba (MG), com impacto na Parcela Variável de R$ 13,4 mi, e de eventos não-recorrentes que afetaram os custos operacionais no valor total de R$ 10,1 mi, além do reajuste negativo do IGP-M no ciclo RAP 2023-2024 para as concessões de categoria 2 e pela queda de 50% da RAP da ATE III, que compensaram o início da operação de Saíra (1ª fase), a entrada em operação de novas fases de Sant’Ana e o reajuste inflacionário em IPCA no mesmo ciclo”, explica o release de resultados da Taesa.
Taesa no 1T24: receita e dívida
A receita líquida IFRS do balanço da Taesa totalizou R$ 731,3 milhões de janeiro a março deste ano, crescimento de 5,5%. No mesmo período, a receita regulatória totalizou R$ 584,0 milhões nos primeiros três meses do ano, registrando uma baixa de 2,4% em relação ao mesmo período de 2023.
A empresa registrou despesa financeira líquida (IFRS) de R$ 328,9 milhões no trimestre, 4,3% maior que o registrado no mesmo intervalo do ano passado.
A dívida líquida consolidada da Taesa, considerando participações minoritárias, somou R$ 10,782 bilhões ao final de março, alta de 4,4% em base anual de comparação. Sem as participações, a dívida ficou em R$ 8,804 bilhões, alta de 5,4%.
Desempenho anual das ações da Taesa
Cotação TAEE11