Taesa (TAEE11): analistas apontam o que pode ameaçar o futuro dos dividendos da empresa
A Taesa (TAEE11) reportou lucro líquido de R$ 220,4 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), redução de 60,9%, pelo critério contábil IFRS. Para os analistas do Itaú BBA, os resultados da empresa estiveram em linha com as expectativas. Sobre os dividendos, o banco projeta uma menor quantia distribuída nos próximos anos.
“É importante destacar que esperamos dividendos mais brandos para 2023 em comparação com os anos anteriores, dado o impacto negativo do Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) nos resultados do IFRS”, projeta o Itaú BBA.
A Taesa pagou R$ 313,4 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos seus acionistas nesta quarta-feira (02).
Sobre os resultados operacionais do 2T23, a equipe do BBA afirma que a receita líquida regulatória reportada esteve dentro das estimativas, totalizando R$ 633 milhões, ultrapassando os R$ 560 milhões no segundo trimestre de 2022.
O crescimento, segundo o banco, foi impulsionado pela entrada em operação da linha de transmissão de Sant’Ana e a operação parcial da linha de Saíra. Além disso, as receitas anuais permitidas (RAPs) foram atualizadas com base nas taxas de inflação, com um aumento de 10,7% usando o IGPM e 11,7% usando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“Isso é importante tendo em mente que o ajuste de receita do próximo ciclo afetará negativamente o 3T23 devido ao IGPM negativo, e assim os dividendos”, apontam analistas.
Taesa: empresa manteve uma margem Ebitda sólida, diz Itaú BBA
Os custos da empresa aumentaram em cerca de 3,1% em relação ao ano anterior, enquanto os resultados de caixa da Taesa estiveram em conformidade com as previsões.
Houve um aumento nos custos relacionados ao PMSO recorrente, principalmente em relação a despesas com pessoal, mas a empresa manteve uma margem Ebitda sólida de aproximadamente 85%, diz o BBA. O Ebitda ajustado consolidado atingiu R$ 535 milhões.
Receita deve cair a partir do 3T23, diz Itaú BBA
O Itaú BBA projeta uma redução na receita da Taesa a partir do terceiro trimestre de 2023, devido ao reajuste da Receita Anual Permitida (RAP) para o ciclo 2023-24, resultando em um impacto negativo de -4,5% para as concessões ajustadas pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), que representam mais de 50% da RAP total proporcional da Taesa.
Os resultados da Taesa já foram afetados no 2T23 (queda de 60% A/A) e provavelmente serão impactados novamente no 3T23, dada a deflação do IGPM observada tanto em junho quanto em julho. Isto provavelmente se traduzirá em dividendos mais baixos daqui para frente em relação aos anos anteriores, já que o pagamento é baseado nos resultados do IFRS.
Outro ponto destacado é que a alavancagem da Taesa poderá continuar alta nos próximos anos, dado o grande capex a ser implantado nos projetos em construção.
Dessa forma, o banco mantém recomendação underperform, com preço-alvo de R$ 35,95/ação
Taesa: lucro tem queda de 60,9% no 2T23
A Taesa reportou lucro líquido de R$ 220,4 milhões no trimestre, redução de 60,9%, pelo critério contábil IFRS. Considerado os seis primeiros meses de 2023, o lucro da empresa atingiu R$ 1,371 bilhão, redução de 16,5% em base anual de comparação.
Já o lucro líquido regulatório da Taesa – que segue os padrões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – foi de de R$ 246,4 milhões no segundo trimestre deste ano, alta de 73,9% em relação ao mesmo período de 2022. Já no acumulado até junho, o lucro regulatório da empresa foi de R$ 461,8 milhões, elevação de 60,4%.
O resultado regulatório é explicado principalmente pelo início da operação do projeto Saíra 1ª fase, e dos empreendimentos Sant’Ana, Aimorés, Paraguaçu e Ivaí, entre 2022 e 2023. Já na base IFRS, houve a influência de menores índices macroeconômicos, principalmente do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com reflexo direto na receita de correção monetária do ativo contratual de todas as concessões da companhia.
De abril a junho, a receita líquida da Taesa, pelo IFRS, considerando participações minoritárias da empresa, totalizou R$ 839,2 milhões, baixa de 42,7%, enquanto no acumulado do ano ela alcançou R$ 1,981 bilhão, queda de 27,3%. Desconsiderando as participações, a receita da empresa somou R$ 678,6 milhões no trimestre, redução de 19,9%, enquanto no semestre ela foi de R$ 1,643 bilhão, diminuição de 16,5%.
Cotação
Hoje, as ações da Taesa tiveram alta de 0,60%, cotadas em R$ 36,42.
Cotação TAEE11