Taesa (TAEE11) e Alupar (ALUP11) devem se destacar no quarto trimestre de 2021 no setor de energia, segundo o Safra. A análise do banco diz que as transmissoras vão se beneficiar do aumento da inflação nas receitas. Os resultados do 4T21 do segmento devem se dividir segundo a natureza do serviço, com transmissoras, geradoras e distribuidoras apresentando desempenhos diferentes, afirmamos analistas do banco.
Em seguida vêm as distribuidoras, com um trimestre “sem brilho”, já que os volumes foram menores na comparação ano a ano, “principalmente devido a um trimestre mais frio — “o calor normalmente aumenta o consumo de energia no Brasil”, diz relatório. Os resultados com potencial de estabilidade são da EDP (ENBR3) e da Neoenergia (NEOE3).
Por fim, a crise hídrica pressionou os resultados das geradoras, “prejudicando os números operacionais do braço de geração hidrelétrica”. Com isso, Engie (EGIE3) e AES Brasil (AESB3) não devem surpreender na temporada de balanços do quarto trimestre.
Veja a análise das empresas do setor de energia, com Taesa e Alupar:
Taesa
A Taesa opera somente na transmissão de energia elétrica, de modo que os seus resultados são mais previsíveis e fáceis de estimar, segundo a equipe de research do banco Inter (BIDI4).
“As operações da empresa dependem somente de um Capex (despesas de capital) inicial e da manutenção de seus ativos, já que a sua receita anual é baseada em contratos de longo prazo corrigidos pela inflação, e independe do nível produzido de energia elétrica do período”, diz relatório de prévias.
O Safra estima um Ebitda de R$ 436 milhões no 4T21 da Taesa, valor 10,3% acima do consenso de mercado. Já o lucro líquido previsto pelo banco é de R$ 59 milhões.
“Antecipação de Janaúba e reajustes de AAR (revisão pós-ação) indexados à inflação devem impulsionar os resultados do trimestre”, explica.
Alupar
O forte da Alupar é no segmento de transmissão de energia, embora a empresa tenha um braço no segmento de geração, por meio de geração hídrica e eólica, que totalizam 822 Mw de capacidade instalada.
De acordo com a research do Inter, “por ter uma participação relevante de sua receita ocupada pelo segmento de transmissão, que apresenta uma maior resiliência em relação aos demais”, a projeção para a receita operacional líquida da Taesa é de R$ 624 milhões no 4º trimestre de 2021.
Já o Safra não é tão positivo em relação à empresa. “A hidrologia pressiona parcialmente os resultados da Alupar, enquanto o segmento de transmissão apresenta resultados estáveis, com bom repasse de inflação”, diz relatório.
O Ebitda estimado pelo Safra é de R$ 522 milhões no 4T21, 8,3% abaixo do consenso de mercado.
Energias do Brasil (EDP)
“Um dos grandes entraves operacionais ao longo de 2021 foi o desempenho ligado à parte de geração. A crise hídrica agravou bastante o portfolio da empresa”, indica a research do banco Inter. Para eles, a situação melhorou no 3T21 e deve continuar melhorando no 4T21, mas não 100%.
No mais, a parte de distribuição da empresa deve apresentar bons volumes, segundo o banco, enquanto o segmento de transmissão permanece resiliente. O banco Safra resume o desempenho da EDP da seguinte forma:
“Menores volumes do braço de distribuição e más condições hídricas devem pressionar os resultados da Energias do Brasil”. Com isso, o Ebitda estimado pelo Safra é de R$ 798 milhões, cerca de 16% acima do consenso. Já o Inter espera R$ 175 milhões para o resultado financeiro, quase 40% abaixo do consenso.
Neoenergia
“Os menores volumes de distribuição devem ser parcialmente compensados pelos resultados de geração renovável e térmica”, indica relatório do banco Safra. A research do Inter não acompanha a empresa.
A estimativa para o Ebitda da companhia pelo Safra é de R$ 2,087 bilhões no 4T21, 11,2% abaixo do consenso de mercado. Já o lucro líquido esperado é 38% menor que a expectativa do consenso, de R$ 1,038 bilhão – o Safra espera R$ 614 milhões.
Engie
Segundo o Inter, a Engie deve apresentar resultados de geração de energia elétrica abaixo dos esperados, quando comparados anualmente. Os principais impactos devem ser o baixo GSF e a elevação do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que regula o Mercado de Curto Prazo (MCP).
Já o Safra indica apenas: “A hidrologia impacta parcialmente os resultados da Engie, devido ao seu portfólio diversificado de ativos de geração. A correção monetária do passivo pelo IGP-M deve prejudicar o resultado”.
O lucro operacional medido pelo Ebitda será de R$ 1,338 bilhão no 4T21, indica o Safra, cerca de 7% abaixo do consenso do mercado. Já o Inter espera R$ 639 milhões de lucro líquido vs R$ 236 milhões pelo Safra.
AES Brasil
“Os resultados operacionais da AES Brasil serão afetados negativamente pelo cenário hidrelétrico desfavorável”, indica relatório do Safra e concorda relatório do Inter ao apontar que “a AES Brasil, foi uma das companhias mais impactadas durante o cenário hídrico de 2021”.
O Inter indica que a AES Brasil tem um pipeline de desenvolvimento eólico que pode acrescentar 1,2 GW em sua capacidade total, o que “futuramente pode ajudar a diversificar sua base de ativos e mitigar estes riscos [da crise hídrica].
Até que isso aconteça, o impacto é computado em estimativas piores para o quarto trimestre de 2021. O Ebitda esperado pelo Safra é de R$ 210 milhões, enquanto o Inter espera R$ 308 milhões.
Taesa, Alupar e as datas do resultado do 4T21 do setor
Veja as datas em que cada uma das empresas apresenta seus resultados do 4T21:
Empresa | Ticker | Data |
Engie Brasil | EGIE3 | 14/02/2022 |
EDP (Energias do Brasil) | ENBR3 | 16/02/2022 |
Taesa | TAEE11/TAEE3/TAEE4 | 17/02/2022 |
Neoenergia | NEOE3 | 17/02/2022 |
Alupar | ALUP11/ALUP3/ALUP4 | 24/02/2022 |
AES Brasil | AESB3 | 03/03/2022 |