Em teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), nesta quinta-feira (7), o diretor presidente interino da Taesa (TAEE11), Rinaldo Pecchio, afirmou estar confortável com o atual nível de alavancagem da empresa.
Atualmente, a Taesa é a mais alavancada dentre os pares (3,7x Dívida Líquida/Ebitda). Em recente relatório, a alavancagem da Taesa foi um dos motivos para o Itaú BBA projetar dividendos da companhia mais fracos para 2025 em comparação com os anos anteriores.
No entanto, segundo Pecchio, uma empresa de transmissão do porte da companhia busca um índice de alavancagem em torno de 3,4 vezes, podendo chegar um pouco além disso. Ele ressalta que a condição de gerar muito caixa permite uma alavancagem maior.
Além disso, o executivo mencionou que as projeções da Taesa indicam estabilidade no IGP-M, índice utilizado na correção anual das tarifas de transmissão, no médio e longo prazo. A Taesa tem 60% da receita atrelada ao IGP-M.
Sobre novas aquisições, o diretor de novos negócios da Taesa, Fábio Fernandes, afirmou que a empresa continuará avaliando os ativos que serão negociados no leilão de linhas de transmissão previsto para o segundo semestre. Ele confirmou que a companhia não participará do certame previsto para o primeiro semestre, pois busca um crescimento que gere valor aos acionistas.
Taesa anuncia dividendos
O Conselho de Administração da Taesa aprovou a proposta de destinação do lucro do exercício de 2023, que será submetida para aprovação da Assembleia de Acionistas e inclui R$ 329,3 milhões em dividendos intercalares e R$ 416,7 milhões (R$ 1,21/Unit) em Juros sobre Capital Próprio (JCP).
A companhia propõe R$ 390,3 milhões em dividendos adicionais a serem pagos em maio de 2024.
Lucro regulatório tem queda de 22,2% no 4T23
A Taesa registrou lucro líquido regulatório de R$ 301,1 milhões no quarto trimestre de 2023, o que representa alta de 22,2% ante o mesmo intervalo em 2022. Pelo critério IFRS, a transmissora de energia reportou salto de R$ 22 milhões para R$ 481,7 milhões – uma disparada de 2.001,2% entre o quarto trimestre de 2022 e o de 2023.
O mercado esperava que o lucro da Taesa fechasse em R$ 469 milhões no período, pelo IFRS, segundo o consenso Bloomberg.
Segundo o balanço da Taesa, a companhia anotou um crescimento anual de 4,3% no lucro líquido regulatório – que reflete a geração de caixa da companhia e segue padrões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) -, registrando R$ 1,09 bilhão em 2023. Em 2022, esse número foi de R$ 1,04 bi.
Já o lucro IFRS do acumulado do ano passado chegou a R$ 1,367 bilhão, retração de 5,6% em comparação ao reportado em 2022.
A receita líquida regulatória subiu 9% e o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 8,5% no acumulado de 2023, chegando a R$ 2,4 bilhões e R$ 2,0 bilhões, respectivamente. A margem Ebitda, diz a empresa, ficou 84,1% (-0,4 pp contra 2022).
O Ebitda regulatório da Taesa no 4T23 totalizou R$ 484,2 milhões, aumento anual de 4,2%. A margem Ebitda ficou em 81,8% no trimestre (-1,5pp contra o 4T22) – afetada, segundo a companhia, “principalmente pelo reajuste negativo do IGPM para o ciclo da RAP 2023-2024 nos contratos de categoria 2 e pela redução de 50% da RAP (Receita Anual Permitida) da concessão ATE III.”
Cotação
Nesta quinta-feira (07), as ações da Taesa tiveram alta de 2,22%, cotada a R$ 35,40.
Cotação TAEE11