A XP reiterou que a Suzano (SUZB3) continua sendo sua principal escolha no setor de celulose e papel, apresentando um valor atrativo por meio de várias métricas. No segmento, a research pontuou que as restrições de oferta de celulose foram o destaque ao longo de maio e vê um ambiente favorável e preços no curto prazo.
Para 2024, a casa calcula a Suzano com um múltiplo EV/Ebitda de 4,8 vezes, excluindo o projeto Cerrado, ou 6,3 vezes considerando todos os seus negócios, o que representa um desconto de 31% em relação à sua média histórica de 7,0 vezes.
“Embora as adições de capacidade sejam frequentemente um ponto de preocupação no setor de celulose, vemos com bons olhos a estratégia de diferenciação da Suzano para se posicionar como um produtor de commodities de menor custo através de projetos como o Cerrado”, afirma a casa.
Além disso, dada a exposição majoritária da Suzano à celulose, os analistas acreditam que a empresa deve ser a principal beneficiada pelo forte momento atual do setor.
Neste contexto, a XP tem recomendação de compra para as ações da Suzano, com preço-alvo de R$ 37.
Suzano: XP traz detalhes do mercado de celulose
Sobre as perspectivas de mercado, a XP avalia que dentre os fatores que contribuíram para a redução do fornecimento de celulose em maio, destacam-se a diminuição das operações na fábrica da CMPC em Guaíba, no Rio Grande do Sul, devido a enchentes que afetaram o estado.
Além disso, a casa aponta outro fator que impulsionou as restrições: uma explosão de caldeira que afetou a produção na fábrica da APP em Jambi, na Indonésia, assim como o anúncio da Canfor sobre a paralisação de uma linha de produção de Northern Bleached Softwood Kraft(NBSK) de 300 mil toneladas por ano no terceiro trimestre.
A XP afirma que a demanda por papel e cartão na Europa em 2024 mostrou-se superior aos níveis de 2023. Por outro lado, na China, o mercado enfrentou desafios como superabastecimento de papel e cartão, altas taxas de frete impactando as exportações de papel e preços mais baixos de revenda de celulose.
“Prevê-se a entrada em operação de aproximadamente 5 milhões de toneladas de capacidade de BHKP nos próximos seis meses, distribuídas entre Suzano Cerrado (2,55 milhões de toneladas), Nine Dragon (entre 1,1 milhão e 1,3 milhão de toneladas) e Liangsheng (1,6 milhão de toneladas). Mantemos a perspectiva de que as interrupções no fornecimento favorecem um ambiente de preços positivos no curto prazo”, comentam os analistas.
Por fim, a research destaca ainda dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicando um aumento de 8% nas exportações brasileiras de celulose em maio de 2024.
BTG vê ações SUZB3 com ‘excessivo desconto’
Diante da repercussão sobre a possível aquisição da International Paper (IP), o BTG Pactual reforçou recomendação de compra para os papéis da Suzano , afirmando que a “gestão merece o benefício da dúvida”. O BTG prevê valorização de 74% nos preços das ações.
Desde que foi noticiado o interesse na International Paper, a ação da Suzano perdeu quase 25% de seu valor (equivalente a R$ 20 bilhões em valor de mercado).
“Algumas semanas atrás, argumentamos que a Suzano é a produtora de papel e celulose mais descontada globalmente, com a empresa agora sendo negociada perto de seus múltiplos históricos mais baixos (4,5x Ebitda 25)”, comentam os analistas.
Para o banco, o desconto do papel da Suzano é claramente injustificado nos fundamentos, sendo a companhia o produtor de maior qualidade na indústria, baseado em curvas de custo, rentabilidade, retornos.
“Argumentamos extensivamente que a história de ações de curto prazo agora é altamente binária (payoffs simétricos; potencial de alta/baixa semelhante de 15%). Isso é lamentável, pois vemos um valor profundo no nome em um horizonte mais longo”, dizem os analistas.
Além disso, o BTG considera que um suposto acordo com a IP é complexo. Dessa forma o preço das ações da Suzano provavelmente está assumindo uma maior probabilidade de que o acordo realmente se materialize do que sua realidade.
“À medida que o tempo passa, a diferença entre a IP e a Suzano está aumentando, complicando ainda mais a situação, já que o valor de mercado da IP agora é aproximadamente 35% maior que o da Suzano. Alguns analistas atualmente possuem um preço-alvo (TP) para a IP na faixa de US$ 55-60/ação, o que implica uma relevante valorização, e que o nível para uma venda também é muito alto”, afirma o banco.
No atual contexto, o BTG recomenda compra, com preço-alvo de R$ 82 para os papéis da Suzano, negociadas hoje a R$ 48.
BTG prevê dois cenários para as ações
O BTG Pactual delineou dois cenários possíveis para a Suzano. No primeiro, se o acordo com a IP não se concretizar devido a várias complicações, incluindo o preço, os analistas acreditam que as ações da empresa recuperariam parte de suas perdas e poderiam rapidamente subir para acima de R$ 55 por ação, resultando em um potencial de alta de curto prazo de aproximadamente 15% a 20%.
No segundo cenário, caso o acordo avance e seja aprovado com uma oferta na faixa de R$ 50-55 por ação, o banco prevê que haveria uma queda residual. Isso ocorreria à medida em que os investidores assimilassem a transação, compreendessem o potencial de sinergia e analisassem os cenários de balanço patrimonial da Suzano.
Desempenho anual das ações da Suzano
Cotação SUZB3