A Suzano (SUZB3), maior produtora de celulose do mundo, divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), revelando números sólidos e mudanças importantes em sua gestão. O comando dos negócios da companhia chamou a atenção dos analistas da XP Investimentos, Genial e BTG Pactual.
Em relatório, a XP elogiou os resultados da Suzano, destacando o Ebitda ajustado de R$ 4,5 bilhões, um aumento de 22% trimestre a trimestre, e uma margem Ebitda de 43,4%.
A XP ressaltou a decisão estratégica da Suzano de cortar a produção no segundo semestre de 2023, resultando em uma redução nos volumes de vendas, mas com preços mais altos.
Além disso, o relatório abordou a troca do CEO da Suzano Walter Schalka, considerando que João Alberto Fernandes de Abreu, seu sucessor, chega numa fase “menos disruptiva”.
Em contrapartida, os analistas da Genial Investimentos destacaram a “metamorfose” da Suzano, apontando para o início da retomada do desempenho operacional. A empresa enfatizou o aumento de preços da celulose, com a Suzano anunciando um reajuste de +US$30/t para a Ásia, surpreendendo positivamente o mercado.
Os estrategistas ressaltaram a otimização da capacidade produtiva, proporcionando uma queima de estoques e prevendo uma redução nos custos em 2025 com o projeto Cerrado, que consiste na construção de uma nova planta de produção de celulose no município de Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul.
A recomendação de compra após a divulgação de resultados do 4T23 da Suzano foi revisada com um preço-alvo de R$ 68, refletindo um upside de +18,51%, conforme a Genial. As ações da Suzano fecharam em queda de 1,8% nesta quinta (29), cotadas a R$ 56,35,
Cotação SUZB3
Suzano: surpresa com mudanças no comando
O BTG Pactual focou na transição de Schalka para o Conselho de Administração até julho, chamando a atenção para a surpresa da mudança. Apesar de considerar a transição, o BTG disse que espera continuidade positiva na gestão e destaca que o novo CEO será avaliado com base em seu histórico e alocação de capital.
Em relação aos resultados, o Ebitda de R$ 4,5 bilhões ficou 2% acima de suas expectativas, com destaque para os volumes robustos de celulose e custos reduzidos, segundo o banco. O BTG mantém recomendação de compra para a Suzano.
Suzano tem lucro líquido de R$ 4,51 bilhões no 4T23, queda de 39%
A Suzano divulgou seus resultados do quarto trimestre, revelando um lucro líquido de R$ 4,52 bilhões. Esse número, no entanto, representa uma queda de 39% em relação aos ganhos de R$ 7,46 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior. A redução é atribuída, em parte, aos preços mais baixos da celulose, apesar de uma recuperação observada desde meados do ano passado, e aos volumes de venda provenientes da matéria-prima.
Ao longo de outubro a dezembro, a receita líquida da empresa caiu R$ 10,37 bilhões, queda de 28% na comparação anual. No entanto, esse valor ficou 16% acima dos registados nos três meses anteriores. No mercado externo, o preço médio líquido da celulose vendida pela Suzano chegou a US$ 572 por tonelada, representando uma redução de 31% em 12 meses. O preço médio líquido do papel ficou em R$ 6,732 por tonelada, uma queda de 5% em relação ao ano anterior.
Em termos de volume, as vendas totalizaram 3,15 milhões de toneladas, divididas em 2,76 milhões de toneladas de celulose e 386 mil toneladas de papéis. Esse desempenho representou um crescimento de 2% em comparação com o mesmo período de 2022. As vendas de celulose resultaram em resultados, enquanto as de papéis registraram um avanço notável de 14%.
O Ebitda ajustado da companhia no trimestre sofreu uma queda significativa de 45%, atingindo R$ 4,51 bilhões, com uma margem Ebitda de 43% — uma diminuição de 13 pontos percentuais em relação ao ano anterior. A geração de caixa operacional também sofreu uma redução significativa, avançando 57% para R$ 2,78 bilhões.
O resultado financeiro líquido da Suzano foi positivo em R$ 2,27 bilhões no trimestre, em comparação a uma receita financeira líquida de R$ 2 bilhões no mesmo período de 2022. As variações cambiais e monetárias desenvolvidas para um aumento de R$ 1,34 lucro financeiro da empresa, impulsionado pela valorização de 3% do real em relação ao dólar de fechamento.
No final de dezembro, a alavancagem financeira da empresa caiu 3,1 vezes em dólar, refletindo um aumento de 0,4 vez em três meses. Em todo o ano de 2023, a receita líquida da Suzano totalizou R$ 39,76 bilhões, representando uma queda de 20%. O Ebitda ajustado recuperou 35%, atingindo R$ 18,27 bilhões, e o lucro líquido somou R$ 14,1 bilhões, em comparação com os R$ 23,4 bilhões registrados em 2022.