A Suzano (SUZB3) está entre as empresas que podem ser afetadas pela Medida Provisória (MP) 1152, que aumenta a cobrança de impostos para exportadoras a partir de 2024. Ainda antes da aprovação, executivos da companhia se reuniram com analistas para discutir os eventuais impactos diretos.
Segundo a XP Investimentos, mesmo com um eventual impacto da MP 1152, a Suzano deve atingir suas projeções (guidance) no longo prazo, que contempla uma alíquota efetiva de 25%.
Em relatório no fim de janeiro, a XP destacou que cada 1% a mais em impostos a serem cobrados da Suzano reduziria o preço-alvo da ação em R$ 1,70.
O pior cenário seria de uma alíquota de 32% – mas que ainda deixaria o preço-alvo da XP bem acima do valor atual das ações da Suzano, que são negociadas a R$ 46,40.
Atualmente o preço-alvo da XP para SUZB3 é de R$ 72,90.
Em relatório sobre a reunião com o CFO, Marcelo Bacci, analistas da XP destacaram que a gestão segue otimista e que mostra alternativas para manter a lucratividade mesmo com o cenário atual.
Além disso, citam o impacto positivo dos benefícios e incentivos fiscais de superintendências de desenvolvimento regionais.
“Notamos um tom positivo de que a empresa conseguirá atingir seu guidance de alíquota efetiva de 25%, mesmo que a Medida Provisória seja aprovada. Isso se dará por meio de um mix de benefícios SUDAM/SUDENE [Superintendências de Desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste, respectivamente], Juros sobre Capital Próprio (JCP) e outras oportunidades de planejamento tributário, enquanto nos próximos anos o imposto caixa será ainda mais baixo”, diz a XP.
Segundo a casa, a planta de Aracruz, da Suzano, será elegível a benefícios da Sudene a partir de 2025, ao passo que no Projeto Cerrado a expectativa é de que cerca de 40% da capacidade da empresa terão uma alíquota de imposto efetiva de 15,3%.
Assumindo proporcionalmente a capacidade para lucro antes do imposto de renda, esse efeito se traduziria em uma taxa efetiva consolidada de aproximadamente 26%. Bacci parece confiante de que a Suzano poderá renovar esses benefícios no futuro, como tem acontecido nos últimos anos”, aponta a XP.
JCP da Suzano
Nesse contexto fiscal, a expectativa é de que o JCP da Suzano seja um instrumento “mais usado no futuro do que no passado”.
Contudo, a XP destaca que durante a reunião o CFO da Suzano não vê mudanças nas decisões de alocação de capital para maximizar esse benefício fiscal – decisões como priorizar o JCP em detrimento do crescimento da companhia.
A XP finaliza destacando que concorda com a visão do CFO da Suzano de que a empresa conseguirá contornar impostos