A expansão da operação de fluff na planta de Limeira, em São Paulo, uma fibra de celulose curta e macia, deve aumentar 0,5% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) projetado da Suzano (SUZB3) para 2026, 1,0% para 2027 e 1,5% para 2028, em comparação com as projeções anteriores, segundo a Genial Investimentos.
Os analistas estimam que a valorização da celulose no mercado, devido à transformação do BHKP em fluff (celulose branqueada de madeira de folhosas), pode gerar um incremento de cerca de 10% em relação ao preço atual na China, equivalente a US$ 70 por tonelada.
Considerando a posição da Suzano no mercado, com 13 linhas de produção e capacidade total de aproximadamente 12 milhões de toneladas por ano, excluindo Cerrado, a fábrica de Limeira representa uma parcela significativa, aproximadamente 5,8%, conforme os estrategistas.
O relatório indica que cerca de 17% da capacidade de Limeira seria direcionada para a produção de fluff no início de 2026, o que implica um aumento de aproximadamente 120 mil toneladas por ano. Esse número aumentaria gradualmente, alcançando 290 mil toneladas por ano até o final de 2028. A celulose fluff é a matéria-prima de produtos absorventes e de higiene pessoal como fraldas infantis e adultas, absorventes femininos e tapetes para pets.
A Genial diz que as mudanças não implicam em alterações nos custos, exceto pelo Capex (despesas) já incluído no guia, destacando o objetivo de quantificar o valor adicional que a produção de fluff em Limeira pode agregar à empresa.
Ações da Suzano desabam após especulação de aquisição da International Paper
O relatório da Genial sobre a Suzano também abordou os efeitos das especulações sobre uma possível aquisição da International Paper (IP) pela empresa brasileira. Embora não tenha sido confirmada pela Suzano, essa aquisição tem sido discutida entre investidores após a visita à planta de Limeira.
Enquanto alguns demonstram otimismo em relação à obtenção de fluff através de fibra curta (BHKP), a Genial diz que outros expressam preocupações com a compatibilidade da IP com os ativos principais da Suzano, sobretudo pela diferença na produção de produtos com fibra longa (BSKP) e a localização da IP em países de clima temperado.
Desde que rumores sobre a aquisição da IP surgiram em 7 de maio, as ações da Suzano experimentaram uma queda acentuada de cerca de -20% em um período de aproximadamente 25 dias. A incerteza em torno da possível transação e suas implicações no curto prazo têm contribuído para a volatilidade do mercado.
Nesta segunda-feira (3), a empresa mais uma vez caiu no índice Ibovespa. As ações da Suzano derraparam 3,26%, o que significa que seus papéis foram negociados a R$ 47,11. No dia 2 de abril, a empresa de papel e celulose teve as ações valendo R$ 65,23, preço jamais visto desde então.
O CEO da IP, Andy Silvernail, declarou que a empresa não está engajada na potencial oferta de aquisição da Suzano e que está focada em outros projetos, como a compra da DS Smith, uma empresa de embalagens sediada na Europa. No entanto, relatos recentes comentados pela Genial sugerem que a Suzano está em conversas com bancos japoneses para obter financiamento para a oferta, o que tem preocupado alguns investidores com o possível aumento da alavancagem da empresa.
Enquanto as discussões sobre a IP continuam, a Genial pontua que a Suzano anunciou recentemente um aumento nos preços da celulose, refletindo a demanda crescente pelo produto. Embora o mercado permaneça focado nas especulações sobre a IP, alguns analistas enfatizam que o desempenho operacional da Suzano está em um momento positivo, o que pode não estar refletido totalmente no preço das ações.
“Acreditamos que um percentual relevante de queda já tenha acontecido, então parte da negatividade que o mercado enxerga na aquisição já foi precificada. Embora também julguemos que as ações possam cair um pouco mais mediante ao anúncio oficial (se ele vier), procuramos não rebaixar a nossa recomendação, devido a uma possibilidade (que ainda existe), de o acordo não acontecer”, escrevem os analistas.
Diante desse cenário, a recomendação da Genial Investimentos é de Cxompra, com um preço-alvo de R$ 72, representando um potencial de valorização da Suzano de aproximadamente 47,84%.