Sustentabilidade guiará grande parte do fluxo de investimentos, diz BC
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (8) que crise global tem causado mudanças profundas, que exigem a retomada das economias amparada pela sustentabilidade e inclusão social. “A sustentabilidade é o que vai guiar grande parte do fluxo de investimentos daqui para frente”, salientou.
A introdução do pilar de sustentabilidade na agenda estratégica da autoridade monetária inclui a promoção de fianças sustentáveis, o gerenciamento adequado dos riscos socioambientais e integração de variáveis sustentáveis no processo de tomada de decisão da entidade. “O BC tem uma longa história de atuação em medidas voltadas para a sustentabilidade, e a inclusão do pilar na Agenda BC # tem o objetivo de nos manter nessa fronteira”, acrescentou Campos Neto.
“A Agenda BC# é dinâmica, e hoje estamos incorporando a dimensão sustentabilidade. O tema ambiental é importante e desperta interesse na sociedade. O tema entrou definitivamente na ordem do dia”, avaliou o presidente da autoridade monetária.
O chairman do Banco Central afirmou que é necessário abandonar o mito de que a adoção de práticas sustentáveis poderia diminuir a produtividade das empresas e seus trabalhadores. Nesse sentido, Campos Neto lembrou que a agenda ambiental influencia todo o fluxo financeiro, com políticas de governança dos investidores.
“Isso influencia fundos, private equity, infraestrutura, o setor imobiliário. É muito difícil um País ter uma retomada forte após a crise sem absorver parte desse capital. Então é muito importante seguir essa agenda”, ressaltou o economista.
Sustentabilidade pode afetar estabilidade financeira de um país
Com isso , o presidente da autarquia afirmou que os BCs precisam avaliar vulnerabilidades do sistema financeiro a choques climáticos. “No caso de Bancos Centrais, a questão ambiental de potencial para afetar a política monetária e a estabilidade financeira. Choques climáticos são difíceis de prever e trazem incertezas sobre persistência, amplitude e magnitude desses choques que podem ser tornar recorrentes – afetando a capacidade de crescimento e a taxa de juros neutra”, observou.
A autoridade monetária brasileira lançou nesta terça-feira o pilar de “Sustentabilidade” em sua agenda estratégica, com iniciativas ligadas à responsabilidade socioambiental, aos riscos climáticos e à cultura de sustentabilidade.
Com informações do Estadão Conteúdo