Um casal suspeito de praticar o esquema de pirâmide financeira e lavagem de dinheiro foi alvo de uma operação da Polícia Civil em São Paulo, deflagrada na manhã desta terça-feira (23). Phillip Wood Han e Carla Moreira Han, atuantes no setor de criptomoedas, passam por uma operação de busca e apreensão em um condomínio de luxo em Santana de Parnaíba, cidade da Grande São Paulo.
Conforme noticiado pelo jornal Estadão, os policiais afirmam que o casal estaria por trás de gestoras que operam pelo país sem licença de funcionamento, operando através de ao menos seis empresas investigadas pelo esquema de pirâmide financeira: a WCM777, Mr. Link, ifreex, Fx Trading, F2 Trading e My Hash.
As três últimas prometem lucros chamativos de até 50% sobre o capital aportado por meio de transações especulativas com moedas virtuais como o bitcoin.
Segundo o inquérito da Polícia Civil, as empresas foram lançadas e descontinuadas de maneira sequencial ao longo dos últimos nove anos, todas elas prometendo investimentos em produtos ligados ao ramo de tecnologia ou de criptoativos, além de apostar no esquema de marketing multinível para ganhar escala rapidamente.
A jornada das empresas comumente levava investidores a realizarem boletim de ocorrência afirmando serem vítimas de estelionato.
Histórico do suposto esquema de pirâmide
Em 2019, a Polícia Civil iniciou uma investigação a partir de denúncias de investidores que se diziam enganados por Philip Han.
Han havia encerrado a captação da FX Trading, que prometia lucro de 1,5% ao dia sobre o valor investido a partir de operações compra e venda de contratos futuros de bitcoin e técnicas de arbitragem internacional de moedas (que consiste em comprar barato em um país de alta liquidez pelo ativo e vender mais caro em outro, com menos liquidez).
Em posts em redes sociais da época, o próprio Han divulgou que a empresa alcançou 2 milhões de investidores. No mês seguinte, o empresário anunciou o fechamento da empresa e o lançamento de uma nova, a F2 Trading.
Os investidores que não migraram para a nova versão tiveram problemas para sacar seus investimentos, o que foi tratado pela FX como causas técnicas.
Na ocasião, o Ministério Público de São Paulo afirmou em relatório que “os elementos de prova acostados aos autos não foram suficientes para identificar que os responsáveis pelas empresas investigadas formassem uma organização criminosa, ou que as condutas praticadas se consubstanciassem em técnicas para lavagem de dinheiro”.
Em novembro de 2020, o inquérito aberto contra o investigado por praticar o esquema de pirâmide e seus sócios nas empresas F2 Trading Corporation e AirBit Club foi arquivado por inconsistência das provas apresentadas.
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