Suposta pirâmide financeira, Meu Pé de Bitcoin oferece rendimento de até 13% ao mês

O site Meu Pé de Bitcoin é uma empresa que oficialmente realiza compra e venda da criptomoeda. Entretanto, poderia se tratar de um esquema criminal de pirâmide financeira.

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Em contratos aos quais o SUNO Notícias teve acesso o Meu Pé de Bitcoin oferece uma rentabilidade entre 10% e 13% ao mês aos seus clientes.

“Algo totalmente fora da realidade e que juntamente com as ações judiciais, inquéritos policiais, os relatos dos próprios funcionários leva a um provável caso de Pirâmide Financeira”, explicou ao SUNO Notícias o advogado Artêmio Picanço, especialista em criptoativos e luta contra as pirâmides financeiras.

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Picanço é primeiro signatário do Projeto de Lei de Iniciativa Popular para criminalizar as Pirâmides Financeiras, elaborado junto com a SUNO Research e atualmente em fase de coleta de assinaturas (link aqui).

A Meu Pé de Bitcoin, que tem sede em Caruaru (PE), já registra numerosas reclamações no site Reclame Aqui, onde muitos clientes denunciam a falta de pagamento do dinheiro aplicado na empresa.

“Não invistam nessa empresa, eles não devolvem teu dinheiro e ainda fazem falsas promessas de quando o dinheiro vai entrar, foi assim comigo e com centenas de pessoas que investiram acreditando que iriam receber uma remuneração de 10% que depois subiu pra 13%, tudo mentira e tremenda falta de respeito com as pessoas, estou até hoje esperando receber meu de volta que essas pessoas se apropriaram indevidamente”, escreveu uma das vítimas da suposta pirâmide financeira.

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Além disso, de acordo com a própria revista mensal da empresa, um de “seus pilares” é Hélio Caxias Ribeiro Filho.

Ribeiro Filho era um dos líderes de outra suposta pirâmide financeira, a Híbridos Club, que colapsou em 2018.

O SUNO Notícias teve acesso a muitos boletins de ocorrência registrados por vítimas do golpe em vários estados do Nordeste, relatando que Ribeiro Filho teria chegado a ameaçá-los quando eles pediam o dinheiro de volta.

Também foram registradas denúncias junto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Ministério Público abriu inquérito contra o Meu Pé de Bitcoin

Em novembro de 2020 a Promotoria de Justiça do Consumidor do MPSP (Ministério Público de São Paulo) já tinha instaurado um inquérito civil para investigar a atuação da Meu Pé de Bitcoin.

Em seu perfil no Linkedin, a suposta pirâmide financeira afirma ter mais de 200 funcionários – chamados de “potencializadores” – e a missão de “levar o conhecimento do universo cripto de forma simples, rápida e segura para todos”.

Em janeiro de 2021 muitos funcionários da empresa começaram a relatar publicamente atrasos ou faltas de pagamentos de salários.

O SUNO Notícias tentou contato com a Meu Pé de Bitcoin, mas até o fechamento dessa reportagem não obteve retorno.

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Carlo Cauti

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