Em uma carta aberta, a Suno Asset, do grupo Suno, propôs ao conselho de administração da BRMalls (BRML3) uma cisão de ativos para “destravar” valor aos acionistas da empresa. Segundo a proposta, os ativos da BRMalls seriam detidos por um ou mais fundos imobiliários. A empresa se tornaria, prioritariamente, uma administradora de ativos imobiliários. Veja aqui a carta completa.
“Por que isso é uma oportunidade de destravar valor ao acionista? Considerando fundos imobiliários do segmento listados em bolsa, estimativas indicam que os ativos da BRMalls poderiam ser melhor avaliados se estivessem sob essa estrutura”, declararam o presidente do Conselho do Grupo Suno, Tiago Reis, e o CIO da Suno Asset, Vitor Duarte.
Na visão dos executivos da Suno, a mudança de estrutura da BRMalls, com a criação de dois negócios separados, traria as seguintes vantagens:
- Seria uma melhor oportunidade para acionistas e administradores manterem o negócio competitivo no longo prazo.
- Ficaria mais claro o valor do negócio de propriedades, que hoje está envolto no desconto que o mercado aplica à empresa.
- A empresa gestora dos imóveis poderia dar maior foco ao negócio, possuindo times competentes e totalmente independentes para fomentar o crescimento e a inovação.
- O modelo traria melhor estrutura para funding, possibilitando a continuidade do crescimento de ativos.
Além disso, a Suno Asset destacou que outros grandes players no mercado aplicaram com sucesso ou estudam replicar o conceito para beneficiar seus acionistas, como por exemplo, Cyrela Comercial Properties (CYRE3), BR Properties (BRPR3), Gafisa (GFSA3) e vários fundos imobiliários.
Suno Asset se oferece para gerir fundos da BrMalls
De acordo com a carta divulgada ao mercado na manhã desta sexta-feira (19), a Suno Asset se apresentou para ser a gestora do fundo imobiliário, caso este seja criado. A identificação da oportunidade foi feita em parceria com a Aurora Capital, gestora de fundos que detém participação acionária na companhia de shoppings.
“Ao estudar a viabilidade societária, contábil e fiscal dessa operação a conclusão é que a transação não apenas é possível, mas é a única maneira de criação de valor segura e rápida para os acionistas”, afirmaram os porta-vozes da Suno.
Para que a operação tenha êxito, no entanto, será necessário fazer renegociações com credores da companhia e co-investidores dos shoppings, bem como alterações contábeis e no Estatuto Social da BRMalls, atos que dependem da ação decisiva do Conselho de Administração e dos demais administradores da companhia e investidas.
Segundo o documento enviado pela Suno, empresas administradoras de shoppings têm passado por fortes mudanças nas últimas décadas devido à evolução tecnológica, mas este processo se intensificou com a pandemia. Neste contexto, as ações da BRMalls tiveram um desempenho “significativamente inferior a seus pares” nos últimos anos. Na visão de Reis e Duarte, apesar dos esforços da administração, não estão claros os planos para mudar essa situação.
Mesmo assim, eles se mostram otimistas com a oportunidade de mudança da BRMalls, ao declarar que existe uma demanda cativa por fundos imobiliários no mercado, causada principalmente pelas vantagens tributárias e dividendos recorrentes. Hoje, mais de 1,2 milhão de brasileiros alocam seu capital nessa modalidade de investimentos.
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