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Stratus: private equity vai cicatrizar problemas causados pela crise

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A crise, causada pelo coronavírus (covid-19), que deve impactar as empresas brasileiras e apenas a liberação de crédito por parte do governo não resolve. Para Álvaro Gonçalves, diretor da gestora Stratus, o private equity vai ajudar a cicatrizar os problemas causados pela crise atual.

“Todos os programas de governo são baseados em crédito. Mas o crédito é dívida para empresas. Elas vão ficar devendo. Os balanços médios das empresas vão subir bastante e serão balanços muito alavancados para nossa situação típica de demanda, de flutuação. Então precisa de uma camada de capital para dar sustentação para a crise inclusive. Para melhorar balanço, algumas empresas precisam de uma injeção de capital”, disse Álvaro Gonçalves, diretor da Stratus.

De acordo com Gonçalves, o dinheiro captado via private equity auxilia as empresas a sustentar os balanços.

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“A situação do crédito tem um teto. Então claramente as empresas estão batendo nesse teto e o private equity entra nessa hora. Ele ajuda a furar esse teto, pois é necessário sustentar esse balanço, pois só o crédito você pode só adiar o problema”, completou.

Confira a entrevista do SUNO Notícias com Álvaro Gonçalves, é diretor da Stratus:

Álvaro Gonçalves, diretor da Stratus

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-Me fale um pouco da história da Stratus, um pouco da filosofia de investimentos da casa..
A Stratus tem vinte anos e, desde a origem, é um desenho feito para private equity tentando atuar em empresas médias. Claro que a definição é móvel, a depender do segmento, mas estamos sempre buscando processos de consolidação e aproximação dessas empresas em mercado de capitais, combinando consolidação e crescimento orgânico.

Essa é a filosofia de vinte anos. Nosso fundos funcionam bem nesse tempo, são seriais, então é um fundo de cada vez. Mas os programas se renovam a cada quatro, cinco anos. Temos uma safra que começou 2014, 2015, outra em 2019/2020, por exemplo.

Nossa equipe não é de financistas puros, mas sim formada por pessoas que atuaram em empresas durante parte relevante das carreiras. Hoje temos sete plataformas, as sete empresas originais compraram 15 outras, então fizemos 22 aquisições.

-Como está o mercado de private equity? Qual dimensão dos novos riscos?
O mercado de equity, com a queda dos juros, a tendência de migração de investimentos aumentou. Na fase mais recente, e aí não estamos falando só de agora, houve muita volatilidade, e nesse contexto, o private equity é uma forma de combinar uma alocação em equity menos volátil. Então você alonga os ganhos, já que não é exposto em valorização diária, a flutuação. E o private equity é uma construção mais lenta, menos líquida, porém agrega um componente virtuoso para carteiras que flutuam.

O primeiro momento é um movimento de direção do equity. As bolsas mundiais sobem porque há uma migração de renda fixa para variável. No Brasil, ainda acho que temos juros altos, mas claramente ao longo do ano passado, o juro foi mexido com menos vigor do que deveria. Então esse movimento é que tende a continuar, do mais sofisticado ao menos sofisticado.

Acho que dentro desse processo de migração, private equity tem um espaço importante. É uma função importante de economia dado que o private equity vai cicatrizar os problemas causados pela crise atual. O private equity capitaliza empresas para voltar a crescer, quem está em uma situação não tão boa, então deverá ser uma saída para a crise.

-Então o private pode ser uma saída para a crise?
Todos os programas de governo são baseados em crédito. Mas o crédito é dívida para empresas. Elas vão ficar devendo. Os balanços médios das empresas vão subir bastante e serão balanços muito alavancados para nossa situação típica de demanda, de flutuação. Então precisa de uma camada de capital para dar sustentação para a crise inclusive. Para melhorar balanço, algumas empresas precisam de uma injeção de capital.

A situação do crédito tem um teto. Então claramente as empresas estão batendo nesse teto e o private equity entra nessa hora. Ele ajuda a furar esse teto, pois é necessário sustentar esse balanço, pois só o crédito você pode só adiar o problema.

Só com o crédito já ofertado e com o balanço no limite, as empresas já nem conseguem crédito. Então é muito saudável para o processo que depois que essa liquidez extra, as empresas precisam do private equity e o mercado de Bolsa, mas são dois estágios.

-Você me falou sobre preparar as empresas ao mercado de capitais. Como fazer isso em anos como 2020?
Não tem muito segredo. O mercado de capitais não parou, ele deu um pause. Tomou uma trombada em março, abril entrou em coma, acordou em maio e deve ter alta em junho, Então foi um atropelamento no mercado. Agora, ter alta não significa que a coisa está 100%, mas acho que o mercado está vivo e ativo.

Já vimos Centauro, vamos ver Via Varejo agora, então acredito que isso vá acontecer para empresas que estavam preparadas.

É muito difícil uma empresa ir ao mercado com problemas de contabilidade, dado que isso é o primeiro passo que uma companhia precise organizar a ida ao mercado de capitais.

-Por que o mercado de ações é o melhor local para investimentos em meio à crise?
Ainda temos duas empresas listadas. Ainda temos um mercado em desenvolvimento e investidores novatos, então temos que entender que você precisa estar preparado para esperar. Olha a flutuação da Centauro, que investimento dobrou de valor, então não tem nada melhor que Bolsa.

Então acho que primeiro tem esse tipo de oportunidade. Agora, a definição de timing é difícil, então você tem que estar preparado para isso ocorrer em anos.

Então, acho que a gestão ativa da carteira impõe que alguém veja sempre e analise oportunidades, com prazo longo pela frente. Tenho absoluta convicção que seja por aspectos qualitativos ou conceituais, o melhor negócio é comprar ações.

Entrevista com Stratus

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