A Stone (STOC31), uma das maiores empresas de adquirência do País, fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 132,2 milhões, 29,4% abaixo do observado no mesmo período do ano passado. Em relação ao resultado do quarto trimestre de 2021, de R$ 33,7 milhões, no entanto, houve alta de quatro vezes.
No período, a Stone capturou R$ 83,2 bilhões em transações (TPV, na sigla em inglês), número 63,1% maior que no mesmo período de 2021. O desempenho no 1T22 foi puxado pelo segmento de micro, pequenas e médias empresas, com alta de 93,3%. Este recorte é um dos focos da companhia nos últimos anos.
Ao mesmo tempo, a receita líquida da Stone bateu em R$ 2,1 bilhões, se considerados os negócios de adquirência e a Linx, de software, adquirida em 2020. Com alta de 138,6% em um ano, a Stone teve sua maior receita trimestral da história entre janeiro e março deste ano.
Com esses números, as ações da Stone (STNE) em Nova York saltam 20,4% no after hours, por volta das 19h (no horário de Brasília),
“Esse crescimento foi resultado de duas coisas. A nossa estratégia de preços foi bem sucedida e a gente teve uma aceleração do volume no MSMB (micro, pequenas e médias empresas, em inglês)”, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o CEO da companhia, Thiago Piau.
De acordo com ele, foi ainda o maior crescimento registrado em um trimestre desde o quarto trimestre de 2018.
Como resultado, o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Stone foi de R$ 163,1 milhões no período. No quarto trimestre do ano passado, havia ficado em R$ 17,2 milhões. À época, a Stone ainda “limpava” o balanço dos problemas que teve com seu produto de crédito no ano passado. Também pesava o maior custo de capital, com a alta da Selic, mais rápida que a reprecificação dos produtos da companhia.
Segundo o CEO, os reajustes de preço aconteceram, mas foram e serão graduais. “É um trabalho de consistência, de a gente melhorar a rentabilidade da companhia através da nova posição de preço, mas sem ser muito agressivo”, afirmou Piau. “Estamos fazendo uma inteligência de preço dinâmica, que leva em consideração a Selic.”
O executivo da Stone disse que os repasses devem se refletir nas margens da companhia ao longo dos próximos trimestres, e que ocorrerão enquanto o cenário dos juros assim demandar. “Ainda estamos vendo um cenário de juros em alta.”
Com Estadão Conteúdo