A assembleia de acionistas da Linx (LINX3) aprovou, na última terça-feira (17), a proposta de venda da empresa para a Stone (NASDAQ: STNE). Da mesma forma, foi aprovada a dispensa da obrigação de listagem da Stone no Novo Mercado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Após a aprovação, o CEO da Stone, Thiago Piau, disse que os advogados da empresa esperam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprove a aquisição da Linx entre três a seis meses. “Estamos muito confiantes de que teremos essa aprovação. Temos um market share muito pequeno na nossa indústria e nossos times são complementares”, salientou o executivo.
Para que o negócio fosse aprovado, a Stone precisava de ao menos 87,5 milhões de ações favoráveis. Os votos dos fundadores da Linx, que detêm juntos 24 milhões de ações e que foram liberados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última sexta-feira (13), foram essenciais para a aprovação.
“Estamos muito felizes e gratos pela confiança representada no resultado dessa Assembleia. A partir de agora é seguir o processo de diligencia do Cade e nos concentrar nessa integração, somar forças com foco no cliente. Continuar crescendo e planejar os próximos 20 anos”, disse Piau.
Segundo ele, uma operação dessa natureza traz muitos desafios futuros e os resultados do trimestre mostraram que o foco da Stone continua no cliente e dá mais força a companhia para fazer movimentos estratégicos.
Quando questionado sobre os planos de integração, Piau foi enfático ao declarar que não existe nenhuma intenção de fechar a plataforma, “muito pelo contrário, nossa intenção é abrir”. “Nunca acreditamos em venda casada, sempre abrimos nossa plataforma para muitos parceiros, sempre tivemos a perspectiva de que a escolha do cliente vem em primeiro lugar. Essa é a nossa forma de trabalhar”, afirmou.
Stone enxerga sinergias com Linx
De acordo com o presidente da empresa, a hora é de olhar pra frente, se concentrar em quais são as principais forças da companhia e planejar essa integração com bastante disciplina.
“São times complementares e teremos capacidade de levar soluções muito boas para nossos clientes. Acho que tem uma transformação ocorrendo no varejo brasileiro é que poderemos ajudar com essa integração com a Linx”, salientou Piau. Para ele, a Stone tem a “necessidade de ter um protagonismo” nesse desenvolvimento do varejo.
Quanto às sinergias do negócio, Piau disse que o objetivo é fazer a ponte entre o software e os sistemas financeiros de uma forma mais integrada. “Temos de planejar essas integrações para que seja mais fácil para o cliente. No caso do varejo, podemos ajudar na digitalização da suas operações, com uma gestão de estoque integrada. Essa é uma das avenidas de negócios que visualizamos no momento”, afirmou.
Ao comentar sobre o aumento da oferta realizado no dia da assembleia, Piau disse apenas que o movimento foi a conclusão de um processo disciplinado. “É o famoso ganha-ganha. Pelo volume de adesão vemos o grau de aprovação de nossa proposta. Tenho certeza que os nossos acionistas e os da Linx estão felizes com o resultado”.
Últimas cotações
As ações da Linx encerraram o pregão da última terça-feira (17) negociadas a R$ 36,02, após um avanço de 2,94%. Os papéis da Stone, por sua vez, fecharam o dia na Bolsa de tecnologia norte-americana cotados a US$ 66,80, com uma alta de 1,95%.
Com informações do Estadão Conteúdo.